Notícia
"Estava muito longe de uma decisão", diz Centeno sobre substituir Costa
O governador do Banco de Portugal explica que recebeu um convite do Presidente da República e do primeiro-ministro para considerar liderar o Governo.
13 de Novembro de 2023 às 00:08
Depois de pedir demissão, António Costa propôs ao Presidente da República que Mário Centeno o substituísse como primeiro-ministro. Essa solução não avançou, por vontade de Marcelo Rebelo de Sousa, mas levou a críticas da oposição. O governador do Banco de Portugal, que será alvo de avaliação pela Comissão de Ética do supervisor, garante agora que estava longe de qualquer decisão.
"Recebi um convite do Presidente e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo", disse Centeno ao Financial Times. "Estava muito longe de ter tomado uma decisão".
Este é o primeiro comentário do governador do Banco de Portugal sobre o caso, mas alinha com o que foi dito também por Costa. No sábado, o governante demissionário afirmou que fez o convite a Mário Centeno, mas que o ex-ministro das Finanças nunca chegou a aceitar.
A explicação surgiu depois das críticas dirigidas pelos partidos políticos à falta de independência do governador do Banco de Portugal - alguns deles pedindo a demissão de Centeno - e do anúncio pelo supervisor financeiro de que a Comissão de Ética irá avaliar o tema.
"Recebi um convite do Presidente e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo", disse Centeno ao Financial Times. "Estava muito longe de ter tomado uma decisão".
A explicação surgiu depois das críticas dirigidas pelos partidos políticos à falta de independência do governador do Banco de Portugal - alguns deles pedindo a demissão de Centeno - e do anúncio pelo supervisor financeiro de que a Comissão de Ética irá avaliar o tema.
O órgão que analisa a aplicação do código de conduta no regulador vai reunir-se no início da semana para avaliar eventuais incompatibilidades ou conflito de interesses decorrentes do convite do primeiro-ministro ao governador para a sua substituição no cargo, caso não tivesse sido dissolvida a Assembleia da República e convocadas eleições antecipadas.