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Empresas internacionais são "subsidiadas com recursos nacionais", diz Vítor Bento

Em entrevista ao Público, o presidente da APB defende que o Governo devia eliminar a fiscalidade que incide apenas sobre a banca nacional, bem como as proibições relativas à política de comissões no setor.

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Outubro de 2021 às 10:11
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Os custos regulatórios e fiscais pesam demasiado sobre os bancos portugueses, que, assim, se tornam "vulneráveis" a serem alvo de aquisições por instituições de maior dimensão. A ideia é sustentada por Vítor Bento, que defende que o Governo deveria eliminar os limites ao comissionamento na banca, como a proibição de cobrar taxas negativas nos depósitos de grandes empresas. Isto porque, argumenta, esta política faz com que as empresas internacionais depositem em Portugal "para serem subsidiadas com recursos nacionais".

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), que substituiu Faria de Oliveira no cargo este ano, falava em entrevista ao Público, publicada esta terça-feira, 26 de outubro. Questionado sobre o atual cenário da banca europeia, em que os reguladores defendem uma consolidação do setor, Vítor Bento salienta que "a banca portuguesa já leva um saco pesado às costas" e, por isso, os reguladores nacionais devem aliviar este peso, para que seja possível acompanhar a corrida a nível europeu.

Caso contrário, sublinha, a banca nacional é um alvo fácil. Use as ferramentas de partilha que encontra na página de artigo. "Um diferencial regulatório desfavorável embaratece os bancos de base nacional e torna-os vulneráveis a serem tomados por outros de outras localizações. Era importante ter isto presente. De outro modo, perdemos a possibilidade de ter empregos mais qualificados, perde-se a localização da criação de valor acrescentado e, perdendo a localização de valor acrescentado, perde-se base fiscal", diz.

É neste contexto que o presidente da APB argumenta que a medida mais importante será "acabar com a fiscalidade que apenas incide sobre a banca portuguesa" e eliminar as "várias proibições de comissionamento que distorcem o modelo de negócio", entre as quais a proibição de cobrar taxas negativas nos depósitos de grandes empresas. "Que eu saiba, [Portugal] é o único país a fazê-lo. O resultado está à vista: as empresas internacionais vêm cá fazer os seus depósitos para serem subsidiadas com recursos nacionais", critica.
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