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EBA: Necessidades de capital da banca europeia nunca foram tão baixas

"Os bancos europeus cumprem largamente as futuras exigências de capital", diz a autoridade bancária europeia. O sector precisava, no final do ano passado, de 400 milhões de euros para cumprir as exigências. Em 2011, eram 25 mil milhões.

David Mdzinarishvili/Reuters
13 de Setembro de 2016 às 13:40
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A banca europeia nunca precisou de tão pouco capital para cumprir as exigências dos reguladores. "Os bancos europeus cumprem largamente as futuras exigências de capital", diz mesmo a Autoridade Bancária Europeia (EBA), com responsabilidades sobre o sector bancário de toda a União Europeia.

 

No relatório de monitorização da implementação das novas regras de capital de Basileia III, a EBA analisou 227 bancos (cinco portugueses, não identificados) e concluiu que, analisando o rácio de referência de mede o capital de melhor qualidade das instituições financeiras (Common Equity Tier 1, CET1), os bancos apenas precisariam de 400 milhões de euros para cumprir o mínimo.

 

Os bancos de maior dimensão não teriam qualquer necessidade. Só nos mais pequenos é que haveria - e naquele montante de 400 milhões. "É um número muito reduzido de instituições", sublinha a EBA.

O recuo das necessidades tem acontecido ao longo dos últimos anos, com os vários reforços de capital que as instituições europeias tiveram de fazer para cumprirem as exigências regulatórias. Por exemplo, em Junho de 2011, a banca europeia precisaria de 25 mil milhões de euros para cumprir o mínimo exigido. No final de 2013, o valor já havia descido para 10 mil milhões. Ficou, como referido, em 400 milhões em Dezembro de 2015. É o valor mais baixo desde que há dados, como também evidencia o Financial Times. O rácio CET1 alcançado pelos bancos é 12,7%. 

 

Os dados dizem respeito a Dezembro de 2015 e não contabilizam o que já aconteceu no sector este ano. Por exemplo, houve testes de stress este ano que obrigaram os bancos a reforçar as suas posições de capital mas também houve turbulência nos mercados que pode ter penalizado a situação.

Este exercício agora feito pela EBA é distinto destes testes de stress já que, nesses exames, os bancos são sujeitos a situações de crise e aos seus efeitos no sistema financeiro para medir a sua capacidade de resistência (a Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, chumbou ao seu teste de stress, sendo que a capitalização serviu também para tapar o "buraco"). Já este exercício é apenas uma medição da situação de capital sem qualquer stress. 

Apesar de a EBA estar satisfeita com a monitorização feita, as necessidades de capital sublinhadas não são apenas referentes ao CET1. Se contabilizarmos outras exigências que tentam responder a todos os riscos da actividade bancária (incluindo o rácio de alavancagem), as necessidades são já maiores (5,3 mil milhões). 

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