As empresas britânicas do sector financeiro aumentaram os salários dos seus funcionários em cerca de 20%, de acordo com um inquérito realizado pela Robert Half a 100 presidentes executivos e de operações do Reino Unido, cujos dados vieram hoje, segunda-feira, a público. Mais de metade dos inquiridos expressaram a sua preocupação com a limitação dos bónus, que poderá criar um estrutura de custos instável.

A União Europeia concretizou um acordo em Fevereiro para banir os bónus que ultrapassem mais de duas vezes o salário fixo pago, uma jogada que os legisladores afirmaram ser capaz de prevenir pagamentos excessivos e diminuir os riscos assumidos que foram um dos principais responsáveis da crise financeira, segundo noticia a Bloomberg.

George Osborne, ministro das Finanças do Reino Unido, foi um dos que se opôs a esta restrição alegando que a competitividade do sector financeiro do país sairia prejudicado. “Com o Reino Unido a competir com outros centros internacionais pela excelência dos serviços financeiros, as empresas vão precisar de atacar o equilíbrio entre o risco e a recompensa, com aumentos nos salários que poderão levar a criação de uma estrutura de custos instável”, afirmou Neil Owen, da Robert Half.

Cerca de 38% dos inquiridos afirmaram “estar muito preocupados” com a possibilidade de perderem funcionários devido às novas regras quanto aos bónus, enquanto 55% revelaram estar “um pouco preocupados”.

O HSBC, cuja maioria dos lucros é realizada na Ásia, confessou este mês estar a ponderar aumentar os salários para garantir que as remunerações se mantêm competitivas.