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DBRS alerta que margem financeira da banca nacional poderá já ter atingido o pico ou estar perto

A agência de "rating" antecipa resultados sólidos para o futuro, mas alerta para alguns fatores de pressão como a possibilidade de estabilização dos juros, "o abrandamento dos novos volumes de empréstimos e um aumento da remuneração dos depósitos".

A agência canadiana DBRS divulga esta noite a notação financeira do país. Avalia atualmente a dívida portuguesa no nível de investimento BBB (“high”) com perspetiva positiva.
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Fábio Carvalho da Silva fabiosilva@negocios.pt 22 de Agosto de 2023 às 10:37

Depois de reportar contas positivas no primeiro semestre, os resultados da banca portuguesa devem "manter-se sólidos", ainda que "possa surgir alguma pressão", antecipa a DBRS, na nota a que o Negócios teve acesso. 

A previsão é prescrita num documento em que a agência de "rating" comenta, de forma agregada, os resultados do primeiro semestre de Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novo Banco, Caixa Económica Montepio, BPI e Banco Santander Totta.

A referida "pressão" que "pode surgir" nos resultados das instituições financeiras nacionais no futuro prende-se com a margem financeira, a qual os especialistas acreditam que "poderá ter atingido o pico ou no caso de outros bancos está perto do pico, no âmbito de uma possível estabilização das taxas de juro".

Além desta estabilização, o crescimento da margem poderá desacelerar, devido "um abrandamento dos novos volumes de empréstimos e um aumento da remuneração dos depósitos" nos próximos trimestres.

A DBRS recorda que até agora a reavaliação da remuneração paga pelos depósitos tem sido mais lenta que o "repricing" dos ativos dos bancos.

A agência de "rating" alerta ainda que apesar "ter sido descartada" para já a possibilidade de criar um imposto extraordinário sobre os lucros da banca em Portugal, a iniciativa de Itália de avançar com este tipo de tributação "de forma inesperada" pode "reavivar o debate político em Portugal", sobre este tema, acrescenta a DBRS.

Por fim, a agência de notação financeira alerta para o perigo de "inflação elevada" que "pode afetar a confiança dos consumidores e o investimento".

Tal poderá "contribuir para uma maior formação de NPL [sigla inglesa para 'non-performing loans', ou seja, crédito malparado] a médio prazo".

Olhando para os resultados trimestrais e o somatório do semestre das instituições financeiras nacionais, a DBRS destaca que "os resultados beneficiaram de um forte aumento da margem financeira, devido à subida das taxas de juro".

Segundo as contas da agência de notação financeira, os lucros da Caixa Geral de Depósitos, BCP Novo Banco, Caixa Económica Montepio, BPI e Banco Santander Totta cresceram 50% para 1.946 milhões de euros.

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