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Dagong corta rating do NB para nível em que risco de incumprimento é muito elevado
A agência chinesa de notação financeira decretou esta quarta-feira um corte na classificação do Novo Banco, de "B-" para "CCC+", enquanto a perspectiva “em evolução” passou para “estável”.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco informou o regulador de que a agência chinesa de rating Dagong decidiu cortar a avaliação da dívida de longo prazo do banco actualmente liderado por Eduardo Stock da Cunha, de "B-" para "CCC+".
A classificação do Novo Banco estava já numa categoria de investimento especulativo (o chamado "lixo"), mas este corte, em um nível, colocou o banco num patamar em que a agência considera que há um "grau extremamente elevado de incumprimento" no reembolso das obrigações.
Já a perspectiva da Dagong sobre o Novo Banco, que estava "em evolução", foi removida, passando agora a ser "estável".
Ainda no comunicado enviado ao regulador, a Dagong refere que decidiu "retirar o rating às seguintes entidades: Espírito Santo, plc (Irlanda), Banco Espírito Santo North American Cap. LLC e à Sucursal Novo Banco S.A., Nova Iorque".
A Dagong justifica o corte na avaliação com, entre outros factores, o facto de a "rentabilidade" do Novo Banco ter sido "significativamente afectada pela deterioração da qualidade dos activos e pela reestruturação dos custos" e por até agora ter sido disponibilizada escassa informação sobre o processo de venda da instituição. Isto numa altura em que entre as possibilidades em cima da mesa para o Novo Banco poderá também incluir-se a sua nacionalização, como deixou em aberto esta quarta-feira o próprio primeiro-ministro, António Costa.
A Dagong recorda que considera "fraca" a rentabilidade do Novo Banco, depois de o banco em 2015 ter registado um prejuízo de 981 milhões de euros, essencialmente devido ao "significativo aumento" da necessidade de constituição de provisões de liquidez.
A agência de notação chinesa não espera que o Novo Banco volte aos lucros antes de 2018, isto tendo em conta um expectável aumento dos custos operacionais decorrentes do plano de reestruturação em curso. A Dagong avisa que qualquer custo extraordinário adicional relacionado com a qualidade dos activos poderá adiar ainda mais o regresso do banco aos lucros.