Notícia
Constâncio: Reguladores têm de fazer "o que for necessário" para evitar crise de crédito
Vítor Constâncio, antigo governador do BdP, avisa que os reguladores terão de fazer "tudo o que for necessário" para se evitar uma crise de crédito no final de 2021 ou no próximo ano.
Vítor Constâncio, antigo governador do Banco de Portugal, alerta que, num cenário de aumento do crédito malparado e quebra na rentabilidade devido ao impacto da crise pandémica, os reguladores terão de fazer "o que for necessário" para evitar uma crise de crédito no final de 2021 ou no próximo ano.
"Os reguladores têm de estar preparados para fazer o que for necessário para evitar uma crise de crédito no final de 2021 ou em 2022", afirmou Vítor Constâncio, também ex-vice-presidente do BCE, durante o webinar "A Presidência Portuguesa: Rumo a uma Recuperação Europeia Pós-Covid", esta terça-feira, 26 de janeiro. O evento foi organizado pela CFA Society Portugal, em colaboração com o CFA Institute.
"O crescimento de crédito vai desacelerar [este ano] em relação a 2020", referiu Vítor Constâncio numa apresentação, notando ainda que o risco de crédito vai aumentar de forma acentuada, num período que deverá ser marcado pelo crescimento do número de insolvências.
Neste cenário, também os níveis de crédito malparado irão aumentar, ao mesmo tempo que as perspetivas para a rentabilidade "não são muito encorajadoras".
"O elevado nível de NPL [crédito malparado] e o aumento das provisões irá, este ano e no próximo, afetar a rentabilidade e o capital dos bancos", afirmou Constâncio.
Centeno: É preciso "preparar caminho para recuperação"
No mesmo evento, Mário Centeno, atual governador do Banco de Portugal, alertou que é preciso começar a "preparar o caminho para a recuperação".
Nesse sentido, as medidas adotadas para responder à pandemia têm de ser adaptadas à evolução da crise, referiu, sendo necessário "aproveitar todas as sinergias que resultam de uma ação coordenada" entre as várias entidades.
Centeno voltou a salientar a necessidade de haver políticas de saída destas medidas - como foi o caso, por exemplo, das moratórias no crédito -, o que será "muito importante para se manter a estabilidade financeira", referindo que, no BdP, "estamos a trabalhar para garantir que o sistema financeiro faça parte da solução e não do problema".
Também sobre as moratórias, João Nunes Mendes, secretário de Estado e das Finanças, afirmou, no mesmo webinar, que é "preciso que os bancos preparem agora o fim" desta medida e que deve haver um "nível de análise de cada crédito para que não tenhamos uma surpresa".
(Notícia em atualização.)
"Os reguladores têm de estar preparados para fazer o que for necessário para evitar uma crise de crédito no final de 2021 ou em 2022", afirmou Vítor Constâncio, também ex-vice-presidente do BCE, durante o webinar "A Presidência Portuguesa: Rumo a uma Recuperação Europeia Pós-Covid", esta terça-feira, 26 de janeiro. O evento foi organizado pela CFA Society Portugal, em colaboração com o CFA Institute.
Neste cenário, também os níveis de crédito malparado irão aumentar, ao mesmo tempo que as perspetivas para a rentabilidade "não são muito encorajadoras".
"O elevado nível de NPL [crédito malparado] e o aumento das provisões irá, este ano e no próximo, afetar a rentabilidade e o capital dos bancos", afirmou Constâncio.
Centeno: É preciso "preparar caminho para recuperação"
No mesmo evento, Mário Centeno, atual governador do Banco de Portugal, alertou que é preciso começar a "preparar o caminho para a recuperação".
Nesse sentido, as medidas adotadas para responder à pandemia têm de ser adaptadas à evolução da crise, referiu, sendo necessário "aproveitar todas as sinergias que resultam de uma ação coordenada" entre as várias entidades.
Centeno voltou a salientar a necessidade de haver políticas de saída destas medidas - como foi o caso, por exemplo, das moratórias no crédito -, o que será "muito importante para se manter a estabilidade financeira", referindo que, no BdP, "estamos a trabalhar para garantir que o sistema financeiro faça parte da solução e não do problema".
Também sobre as moratórias, João Nunes Mendes, secretário de Estado e das Finanças, afirmou, no mesmo webinar, que é "preciso que os bancos preparem agora o fim" desta medida e que deve haver um "nível de análise de cada crédito para que não tenhamos uma surpresa".
(Notícia em atualização.)