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Comissão de inquérito e auditorias custam 3,25 milhões de euros ao Novo Banco

O Novo Banco criou uma equipa com mais de 40 colaboradores para conseguir juntar toda a documentação para a comissão de inquérito e auditorias. Banco estima ter de entregar mais de um milhão de páginas.

A Venezuela tem tentado desbloquear as contas que tem no Novo Banco.
Pedro Nunes/Reuters
30 de Dezembro de 2020 às 11:07
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O Novo Banco criou uma "task force" para conseguir responder, o mais rápido possível, a todos os pedidos relacionados com a comissão parlamentar de inquérito, mas também com as auditorias em curso. O banco estima ter de entregar mais de um milhão de páginas e gastar mais de três milhões de euros. 

Num comunicado enviado esta quarta-feira, 30 de dezembro, o Novo Banco afirma que a equipa especial contará com mais de 40 colaboradores e será liderada por António Ramalho, CEO do banco, de maneira a poder "responder com a máxima rapidez a todas as solicitações dos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI] ou quaisquer outras que surjam nos próximos meses". Isto inclui a auditoria que está a ser realizada pela Deloitte e ainda a que está a cargo do Tribunal de Contas.

O chamado "Projeto 31 de Março" contará ainda com a participação dos administradores executivos Mark Bourke, Rui Fontes e Luisa Soares da Silva, envolvendo ainda responsáveis de diferentes áreas de 12 departamentos.

Este projeto, refere o banco, "surge para dar resposta ao fluxo de documentação que se espera vir a ser solicitado, com o objetivo de assegurar a entrega atempada de todos os pedidos, quer à CPI, quer à Auditoria especial pedida pela Assembleia da República - a cargo da auditora Deloitte - quer ao Fundo de Resolução e ao Tribunal de Contas, para evitar qualquer atraso à data de 31 de março, e assim permitir o cumprimento dos contratos e compromissos internacionais para a capitalização do banco". 

"O Novo Banco acredita que esta sobreposição de auditorias e inquéritos constitui uma oportunidade para encerrar de vez as polémicas artificiais criadas durante o ano de 2020, permitindo divulgar em total transparência os diversos contratos firmados em 2017", refere, notando que estes "documentos darão a conhecer à opinião pública os detalhes do plano de restruturação que tem vindo a ser cumprido de forma atempada pelo Novo Banco e pela sua liderança". 

Este projeto "permitirá ainda ao Novo Banco divulgar publicamente a totalidade das operações que não puderem ser suficientemente explicitadas nas sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito, esclarecendo todas as questões", afirma a instituição financeira.

Neste sentido, a instituição financeira estima que a documentação pedida "pela Comissão Parlamentar de Inquérito e pelas auditorias em causa possam ultrapassar o milhão de páginas e estima um custo superior a 3,25 milhões de euros com esta operação". 

Os partidos tinham até esta segunda-feira para entregar a lista de nomes que querem ouvir no âmbito da comissão de inquérito, bem como os documentos a que querem ter acesso. Entre os requerimentos do PS, PSD, PAN, CDS, PCP, Bloco de Esquerda e Iniciativa Liberal, são mais de 200 as personalidades que os partidos querem chamar ao Parlamento e mais de 140 os documentos pedidos.

Terão, no entanto, que chegar a um entendimento já que os trabalhos estão previstos terminar até abril. Ao Negócios, João Paulo Correia, deputado socialista e coordenador do respetivo grupo parlamentar nesta nova comissão de inquérito, admitiu que o "mais certo é que haja uma prorrogação de pelo menos um mês" em relação aos quatro meses previstos para a duração da comissão de inquérito.

(Notícia atualizada com mais informação.)

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