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Cinco temas que vão marcar as contas do BCP

O BCP apresenta os primeiros lucros em cinco anos, que ajudarão a liquidar a ajuda pública. Há factores extraordinários a ajudar e a penalizar as contas. Da Polónia vêm incertezas. Perceba os resultados em cinco temas.

Bruno Simão/Negócios
01 de Fevereiro de 2016 às 13:31
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Os resultados do BCP, a divulgar esta segunda-feira, marcam o regresso aos lucros anuais. Os resultados positivos têm importância simbólica, são um reflexo do trabalho dos últimos anos e apontam tendências para este exercício. Perceba quais os temas decisivos nas contas que o BCP vai dar a conhecer.

 

Regresso aos lucros


É a primeira vez que Nuno Amado vai apresentar lucros anuais desde que é presidente do BCP. Além da importância simbólica deste anúncio, que é possível graças a um esforço de reestruturação levado a cabo desde o início de 2012, os primeiros resultados positivos em cinco anos mostram também a capacidade de o banco reforçar a sua solidez pelos seus próprios meios. Os analistas admitem que os lucros rondem os 300 milhões de euros.

 

Ainda há factores extraordinários a contribuir para este resultado: só no primeiro semestre, o BCP lucrou quase 400 milhões com a venda de dívida pública. Mas também há impactos negativos que se esperam não recorrentes: custos de cerca de 75 milhões de euros com a remuneração da ajuda pública.

 

Ajuda pública


O regresso aos lucros anuais mostra a capacidade do BCP para reforçar a sua solidez pelos seus próprios meios, demonstração que é ainda mais importante tendo em conta que o grupo liderado por Nuno Amado ainda beneficia de uma ajuda pública de 750 milhões de euros. A geração de resultados é uma prova de que a instituição será capaz de reembolsar o que resta do apoio do Estado sem ter de pedir apoio aos seus accionistas, ou seja, sem ter de fazer um aumento de capital.

 

Oficialmente, o prazo limite para liquidar estes 750 milhões de euros chega apenas em Junho de 2017. No entanto, a gestão do BCP pretende reembolsar este valor o mais rapidamente possível, no máximo, entre o final deste ano e o início de 2017.

 

Incógnitas na Polónia


Os resultados do Millennium polaco caíram 16% em 2015, reduzindo o seu contributo para os lucros do BCP a cerca de 65 milhões de euros. Esta tendência deverá manter-se durante o actual exercício, tendo em conta as incógnitas que existem em relação a este mercado. Uma das incertezas está relacionada com a forma como será feita a conversão para zlotys dos créditos à habitação contraídos em francos suíços. Já há uma proposta do governo de Varsóvia sobre a forma como esta alteração será feita, estando os bancos a calcular o seu impacto.

 

Além disso, este ano, o Millennium Bank vai passar a pagar um novo imposto criado pelo novo executivo sobre o activo dos bancos e que, segundo as estimativas, poderá ter um custo anual de quase 50 milhões para o banco polaco do BCP.

 

Imparidades


Nuno Amado admitiu em Novembro e que a redução do esforço de provisionamento deveria ser uma das alavancas para os resultados do BCP. Este contributo, que já se fez sentir até Setembro, terá sido uma das razões para o banco regressar aos lucros anuais. No conjunto do exercício, as almofadas para fazer face a malparado deverão ter recuado.

 

A queda das imparidades poderá também ser um dos caminhos para o grupo procurar consolidar os resultados positivos ao longo dos próximos meses.

 

Crédito


À medida que as grandes medidas de reestruturação operacional estão adoptadas – e são visíveis no corte de custos –, o crescimento do negócio bancário passa a ser vital como forma de aumentar os proveitos bancários e, desta forma, contribuir para a consolidação dos resultados positivos. Ao longo de 2015, a nova produção de crédito terá apresentado crescimentos assinaláveis, mas ainda insuficientes para ditar o aumento do conjunto da carteira.

 

Voltar a aumentar o "stock" de financiamento, com a nova produção contratada de forma a ajudar ao crescimento dos proveitos, será um dos objectivos de médio prazo. 




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