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BCP deve apresentar hoje primeiros lucros anuais em cinco anos

Depois de três trimestres a respirar acima da linha de água, um mau final de ano não deverá travar um balanço anual positivo para o banco liderado por Nuno Amado. É o que se verá nas contas de 2015, que são apresentadas ao final da tarde.

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Esta segunda-feira ao final da tarde, quando entrar na sala para mostrar os números de 2015, Nuno Amado poderá ter razões redobradas para sorrir. Se tudo correr como apontam os analistas, nem mesmo o percalço do último trimestre deverá impedir o BCP de fechar o ano com o primeiro resultado positivo desde 2010. 

O ano do "É para avançar", também terá sido de progresso para o Millenium. Depois de três trimestres consecutivos a devolver resultados positivos, mesmo que se registem entre Outubro e Dezembro os prejuízos de 16,1 milhões de euros apontados pelo Caixa BI, o banco encerraria com lucros próximos dos 250 milhões de euros. Seria o melhor resultado em cinco anos, em contraste com os 227 milhões de euros de prejuízos de 2014.

A contribuir para a recuperação nos últimos trimestres tem estado a melhoria da margem financeira, do produto bancário e das imparidades registadas. Tanto a margem financeira como o produto bancário já tinham recuperado em 2014, depois de três anos a cair.

O registo de imparidades e provisões, que superou os 1.300 milhões de euros em todo o ano 2014, ficou no terceiro trimestre de 2015 abaixo dos 200 milhões pela primeira vez em mais de um ano e reduzindo-se também face ao trimestre anterior.


A favorecer as contas poderá estar também a continuação da redução dos custos operacionais, que nos últimos anos foi obtida à conta da redução do quadro de colaboradores e da rede de sucursais, em linha com os objectivos do plano estratégico. Uma queda que se tem mantido nos últimos trimestres.

Redução de exposição em Angola e à espera de custos na Polónia

Este será ainda o primeiro balanço fechado depois de o banco ter anunciado a fusão do Millennium Angola com o Banco Privado Atlântico, colocando a participação da entidade portuguesa nesta joint-venture de 50,1% anteriores para 20%. O banco espera que o acordo melhore o rácio de capital do banco (common equity tier one) em 37 pontos base, além de reduzir a sua exposição ao mercado angolano, ao encontro do que são as orientações do BCE sobre os limites de grandes riscos. A operação permitirá ainda sinergias médias anuais de 20 milhões de euros até 2020, segundo o banco.

Os olhos dos investidores deverão estar igualmente postos na operação polaca (detida a 50,1% e que fechou os nove meses de 2015 com lucros de 118,8 milhões de euros), onde se espera ainda pela decisão sobre os custos a impor aos bancos pela conversão dos créditos em francos suíços para zlótis. Uma taxa que pode ter um impacto de 45 milhões de euros por ano, segundo o Caixa BI.

Ajudas continuam por devolver

Por cá, o banco tem ainda 750 milhões de euros de obrigações convertíveis em capital (CoCo’s) - as chamadas ajudas de Estado injectadas em 2012 -, por reembolsar ao Tesouro, pagamento que a prazo representará um efeito positivo nos lucros. Os últimos reembolsos tornados públicos datam de Maio e Agosto de 2014, quando pagou um total de 2.250 milhões de euros. A intenção era liquidar o valor em falta (750 milhões) até ao início deste ano, o que ainda não aconteceu.

Já na bolsa, o comportamento dos títulos do Millennium tem sido penalizado nas últimas semanas pela acção de especuladores, fechando esta sexta-feira com um tombo de 20,4%, o pior comportamento mensal desde Setembro. Uma prestação que acompanha também a queda do sector bancário europeu em bolsa, com um deslize de 14,55% em Janeiro, no pior desempenho desde Agosto de 2011, altura em que as preocupações com a Grécia atiravam as acções para fortes quedas.

Depois da previsível chegada aos lucros anuais em 2015, o plano estratégico do BCP entra este ano na sua terceira fase, destinada a "alcançar um crescimento sustentável do resultado líquido" e onde será feita a conclusão "do processo de liquidação/ desinvestimento da carteira não core do banco". Para terminar em 2017, ano em que finda também o actual mandato de Nuno Amado.

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