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Cinco ex-gestores da CGD não entregaram declarações no Constitucional

Cinco dos seis administradores que renunciaram aos cargos, juntamente com António Domingues, não apresentaram a declaração de rendimentos, segundo o Público. Caso não o façam até ao fim do mês, podem não voltar a assumir funções públicas durante cinco anos.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 16 de Março de 2017 às 10:16
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Em Novembro, quando António Domingues se demitiu do cargo presidente da CGD, o gestor entregou a sua declaração de rendimentos. Esta obrigação, imposta pelo tribunal Constitucional, gerou bastante polémica, tendo mesmo estado na base da saída de Domingues e, consecutivamente, da mais seis administrativos que se demitiram em solidariedade com o banqueiro.

No entanto, a maioria dos ex-administradores que renunciaram ao cargo juntamente com Domingues não entregou a declaração de património e rendimentos. Segundo o Público, cinco dos seis ex-gestores não apresentaram estes documentos no TC.

Na quarta-feira foi o primeiro dia em que os documentos estiveram acessíveis para consulta. E segundo o mesmo jornal, do total da equipa de Domingues, seis gestores entregaram a declaração estando cinco em falta.

Emídio Pinheiro, Henrique Noronha e Paulo Rodrigues, na altura administradores executivos, não cumpriram a obrigação até ao momento. Bem como administradores não executivos Angel Corcóstegui Guraya e Herbert Walter.

Agora, estres gestores deverão ser notificados para entregarem estes documentos no prazo de 30 dias. Caso contrário, tal como a lei prevê, arriscam-se a não poder voltar a assumir funções públicas durante cinco anos.

Dos gestores que acompanharam Domingues na demissão de funções do banco estatal, apenas Pedro Leitão entregou a declaração. Pero Norton também já entregou a declaração de cessação de funções bem como de início das novas, segundo o Público, tendo em conta que foi reconduzido como administrador da CGD.

Os restantes membros da equipa de Domingues entregaram as declarações no mesmo dia que o ex-presidente da Caixa.

Os milhões dos ex-gestores da CGD

De acordo com os documentos entregues por António Domingues, citados pelo Público e pelo Correio da Manhã, em 2015 o gestor auferiu 539 mil euros como administrador do BPI, BPA, Allianz Portugal e da Nos. Como presidente da CGD iria receber cerca de 423 mil euros mais eventuais prémios de gestão.

António Domingues declarou ainda um prédio em Lisboa no valor de 1,2 milhões de euros, uma propriedade em Arcos de Valdevez, um veleiro comprado em "leasing", uma viatura de gama média e dois Porsches 911, detalham os jornais.

Além disso, detinha 56 mil acções do BPI e quatro contas bancárias, uma das quais no BPI, com 3,7 milhões de euros.

Na declaração entregue no TC Domingues acrescentou que "entre 1990 e 2015, o signatário pagou 6.362.303 euros de IRS ao Estado Português.

Já Pedro Leitão, administrador de várias empresas do grupo PT e vice-presidente da APDC, apresentou rendimentos mais elevados: 4 milhões de euros.

O património do gestor inclui ainda um Porsche, um Mercedes, um apartamento em Lisboa e uma herança indivisa cujos valores não detalhou. Pedro Leitou declarou também contas bancárias superiores a sete milhões de euros.

Pedro Norton, ex-CEO da Impresa, declarou rendimentos de 426 mil euros enquanto administrador de várias empresas da dona da SIC, de gerente da Global Media Solutions e Mediapress, presidente da InfoPortugal e vice-presidente da Balseger SGPS.

Segundo o Público e o Correio da Manhã o gestor tem a maior parte das suas poupanças no banco estrangeiro: duas contas de 2,4 milhões de euros no Edmond de Rotschild Europe.

Emídio Rui Vilar apresentou rendimentos de 202 mil euros relativos a 2015, João Tudela de quase 153 mil euros e Tiago Ravara Marques de 2018 mil euros.

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