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Chairman do Credit Suisse pede desculpa por não ter conseguido salvar o banco
"Lamento imenso", disse Axel Lehmann esta terça-feira, em assembleia geral de acionistas do banco suíço. Fora das instalações, manifestantes e acionistas protestam contra o destino do banco centenário.
O presidente do conselho de administração do Credit Suisse dirigiu-se aos acionistas com um tom emocionado: "Lamento imenso. É um dia triste para vocês e para nós também. Compreendo a amargura, a raiva e o choque de todos os que estão desapontados, oprimidos e afetados pelos acontecimentos".
Na assembleia geral de acionistas, esta terça-feira em Zurique, Axel Lehmann disse que ficou sem tempo para conseguir dar a volta à situação, apesar de acreditar até ao fim que o banco iria resistir.
Se se tivesse optado por uma reestruturação de acordo com as leis bancárias suíças, "teria ocorrido o pior cenário, com a perda total para os acionistas, riscos imprevisíveis para os clientes e graves consequências para a economia e para os mercados financeiros globais", afirmou. Sem a fusão, sublinhou, seria a falência.
A reunião magna, a primeira presencial em quatro anos (devido à pandemia), decorre num estádio de hóquei com capacidade para 15 mil pessoas, na parte norte da cidade de Zurique. Fora das instalações, decorre uma manifestação de acionistas e cidadãos suíços que protestam contra o fim do banco centenário. Desde cedo, a polícia está também no local para evitar confrontos.
As ações do banco seguem a valorizar 1,42% para 0,81 francos suíços esta terça-feira.
Banco central da Suíça diz que, sem a fusão, seria a bancarrota
Antes da fusão, o Credit Suisse tinha planeada uma reestruturação que incluía o despedimento de nove mil funcionários. A compra do banco pelo UBS, que será feita por aproximadamente 3 mil milhões de euros, deverá levar a um corte que pode atingir quase um terço dos trabalhadores do novo gigante bancário que resultar da fusão, ou seja, 11 mil trabalhadores só na Suíça.
O acordo para a compra do Credit Suisse foi alcançado depois da intervenção do governo suíço, do banco central e do regulador do mercado do país, para evitar o descalabro no seu sistema financeiro e problemas maiores a nível global.
Numa entrevista à rádio suíça SRF, o vice presidente do banco central (SNB) afirmou que sem essa intervenção, "é muito provável que uma crise financeira na Suíça e mundial tivesse ocorrido". Sem a fusão, sublinhou Martin Schlegel, o Credit Suisse "tinha caído em falência, em bancarrota".
Para Schlegel, a fusão "é um mal menor, a melhor das más soluções". Anteriormente, também a ministra suíça das Finanças, Karin Keller-Sutter, tinha afirmado que o Credit Suisse não teria sobrevivido nem mais um dia sem a fusão com o UBS.
O vice presidente do banco central referiu ainda nesta entrevista que as preocupações com a estabilidade financeira não vão impedir a subida de taxas de juro. O SNB subiu 50 pontos base em março. "Vamos fazer o possível para controlar a inflação. E não vemos sinais que ameacem a estabilidade financeira do país. Mas, se necessário, subiremos as taxas de juro de novo", sublinhou Schlegel.
(Notícia atualizada às 13:10)