Carlos Tavares vai ser ouvido na terça-feira na Comissão de Orçamento e Finanças (COFAPE) da Assembleia da República sobre a situação do papel comercial. Na mala leva uma proposta para o reembolso total, mas faseado, das aplicações no Grupo Espírito Santo realizadas pelos investidores de retalho, apurou o Negócios. A proposta vem acompanhada de um estudo de António Menezes Cordeiro, jurista especializado em direito comercial

Além da proposta para o reembolso das aplicações, o presidente da CMVM vai apresentar aos deputados um estudo sobre os resultados da Espirito Santo International e da Rio Forte, onde é analisado o falseamento das contas. Acrescido de uma análise às provisões que transitaram do BES para o Novo Banco.

O presidente da CMVM vai ser ouvido a partir das 15 horas, a requerimento do Bloco de Esquerda, sobre a situação dos detentores de papel comercial e outros produtos financeiros comercializados pelo BES.

O Banco de Portugal tem recomendado aos clientes que foram alvo de vendas irregulares de papel comercial do Grupo Espírito Santo aos balcões do BES para se queixarem à CMVM, argumentando que só esta entidade tem "poder e autoridade para apreciar os problemas de 'misselling'", previstos no Código dos Valores Mobiliários. Via que não garante o reembolso a todos os clientes de retalho, e que por isso tem sido recusada por Carlos Tavares.