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Carlos Costa defende importância da recapitalização dos bancos para economia
O governador do Banco de Portugal defendeu hoje a importância do processo de recapitalização dos bancos com dinheiros públicos, para os depositantes e para o financiamento da economia.
"O processo de capitalização dos bancos é uma questão de interesse geral", afirmou aos jornalistas o responsável, à margem de uma conferência que decorreu na sede do Banco de Portugal, em Lisboa.
"Nós estamos dependentes da qualidade e da robustez do sistema financeiro, quer porque somos financiados pelo sistema bancário, quer porque somos depositantes", frisou. "Quando há um processo de capitalização, estamos a ter em conta o interesse dos depositantes e o interesse do financiamento da economia", acrescentou o governador.
Segundo Carlos Costa, "recapitalizar um banco não significa necessariamente que um banco esteja em dificuldades, significa apenas que é preciso ter ainda mais capital para estar mais capaz para fazer face aos desafios do futuro e voltar aos mercados".
"Todos os processos de recapitalização que foram feitos, foram feitos mediante a apresentação de planos de negócio, de estudos de viabilidade, e têm por base um princípio que é o reembolso dos dinheiros públicos e o pagamento de uma taxa de juro que não é uma taxa de juro de favor, porque é uma taxa que se situa acima do mercado", realçou.
O défice orçamental das Administrações Públicas teria ficado nos 8,8% do PIB no primeiro trimestre sem a reclassificação dos 700 milhões de euros gastos pelo Estado com a recapitalização do Banif, acima do limite máximo estimado pela UTAO.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) informou hoje que o défice orçamental das Administrações Públicas atingiu os 10,6% no primeiro trimestre do ano, o que compara com um valor nominal do défice de 7,9% registado no período homólogo de 2012 e justificou este valor, entre outros aspectos, com a reclassificação dos 700 milhões gastos pelo Estado no aumento de capital do Banif, que passaram a ser incluídos nos cálculos do défice em contas nacionais.
No entanto, sem a inclusão desta operação, que equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o défice orçamental das Administrações Públicas teria ficado nos 8,8% até Março, uma décima acima do limite máximo estimado pela equipa de técnicos que trabalha junto da Assembleia da República, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).