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Carlos Costa só "assistiu a 10%" dos conselhos alargados de crédito da CGD
O governador do Banco de Portugal garante que não participou nos conselhos alargados de crédito nos quais foram discutidas as 25 maiores operações da Caixa Geral de Depósitos.
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, garante que só participou em 10% das reuniões do conselho alargado de crédito da Caixa Geral de Depósitos (CGD), exluindo novamente a sua presença nos encontros onde foram tomadas decisões quanto aos 25 maiores créditos do banco estatal.
É durante a audição de Carlos Costa sobre a auditoria da EY a 16 anos de gestão do banco estatal que João Paulo Correia, deputado do PS, questiona Carlos Costa se participou e votou em alguma decisão que levou à aprovação dos créditos que acabaram por ser mais ruinosos para a Caixa.
"Eu não participei no conselho alargado de crédito das 25 maiores operações", afirmou Carlos Costa, reiterando a posição que já tinha sido expressada anteriormente pelo governador do Banco de Portugal.
A revista Sábado revelou atas que mostraram que Carlos Costa esteve presente em reuniões, enquanto adminsitrador do banco estatal entre 2004 e 2006, nas quais foram aprovados três grandes créditos que geraram muitas perdas para a CGD. Foi o caso da Metalgest, Investifino e Vale de Lobo.
O governador adianta também que só "assistiu a 10%" das reuniões do conselho alargado de crédito. Isto devido às "funções que desempenhava", nomeadamente administrador com o pelouro do marketing e internacional. Encontros que "revelaram grande discussão e necessidade de chegar a consenso", acrescentou.
Questionado por Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, sobre se algum dos créditos incluídos no "top" 25 da EY foram discutidos em conselho de administração, o governador diz apenas "não ter memória", relembrando que já passaram 14 anos.