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Caixa alcança lucro histórico de 1.291 milhões de euros

Banco público atinge resultado recorde e paga 1.258 milhões ao Estado. "Mais uma vez se vê que a Caixa não ficou nenhuma 'caixinha'", afirma o CEO.

Pedro Catarino
Hugo Neutel hugoneutel@negocios.pt 15 de Março de 2024 às 16:49
A Caixa Geral de Depósitos registou um lucro recorde de 1.291 milhões de euros em 2023, melhorando o resultado de 843 milhões obtido no ano anterior.

O resultado permite o pagamento de 1.258 milhões de euros ao Estado (525 milhões de dividendos, 529 milhões de impostos e 204 milhões de custos de supervisão).

"Temos finalmente a recuperação integral do que o Estado investiu na Caixa, o que é simbólico. Quer através dos dividendos quer através do resultado orgânico", afirmou o CEO Paulo Macedo na apresentação dos resultados. Em 2017, ao abrigo da recapitalização, o Estado injetou 2,5 mil milhões na instituição financeira, o que significa que, na soma dos dividendos - e não de outras entregas aos cofres públicos, como é o caso dos impostos - ainda subsiste uma diferença de 300 milhões. Além dos 2,5 mil milhões, a reestruturação contou ainda com 1,4 mil milhões de euros noutras operações com o Estado e a emissão de mil milhões de euros de dívida privada, que já foi integralmente paga.

"Mais uma vez se vê que a Caixa não ficou nenhuma caixinha", continuou, sublinhando que o lucro de 2023 permite ao banco público finalmente chegar, em termos acumulados desde 2011, a um resultado positivo. 

A margem financeira disparou para 2.866 milhões à boleia das taxas de juro, duplicando os 1.408 milhões obtidos em 2022.

As comissões evoluíram em sentido oposto: renderam 565 milhões, menos do que os 606 milhões verificados no período homólogo. Em 2023 o banco público não aumentou comissões, opção que se mantém. "Em 2024 não iremos agravar o preçário das comissões", garantiu desde já Paulo Macedo.

O lucro histórico catapultou para 7,8% a rendibilidade pós-recapitalização de 2017. O RoE (sigla para a expressão inglesa "Return on Equity", que mede a rentabilidade acionista) fixou-se, na última década, no valor médio de 0,9%.

A carteira de depósitos de clientes em Portugal caiu de 72,6 para 70,3 mil milhões de euros. Parte da diferença terá sido usada para amortizar créditos à habitação. Paulo Macedo avançou que as amortizações antecipadas neste âmbito atingiram 10% da carteira, um valor significativo. 

"Somo líderes na produção de crédito mantendo a maior quota mas também somos líderes na amortização de crédito", esclareceu, acrescentando que o banco também observou uma maior mobilização de Planos Poupança Reforma (PPR) para esse fim.

Em 2023 a CGD renegociou cerca de 40 mil créditos à habitação, incluindo renegociações comerciais e outras feitas ao abrigo das medidas criadas pelo Governo para fazer face à subida de juros.

No total, a carteira de crédito à habitação caiu 1,7% para 24,5 mil milhões de euros. O volume de empréstimos a empresas e ao setor público cresceu 0,7% para 19,7 mil milhões de euros.

O crédito malparado (NPL, sigla para a expressão inglesa "Non-Performing Loans") caiu 33%, de 1,85 mil milhões de euros para 1,23 mil milhões de euros. O rácio correspondente diminuiu de 2,4% para 1,6%.

Capital de quase 10 mil milhões

Em 2023 o capital gerado e retido pelo banco atingiu 9,6 mil milhões de euros, tendo aumentando face aos 9,2 mil milhões verificados no final do ano anterior.

Os rácios de capital mostram uma evolução significativa: O CET 1 atingiu 20,3%, mais do dobro do requisito de 9,1% ditado pelo supervisor.

O rácio total foi de 20,6%, também muito superior aos 13,4% ditados no exercício de supervisão.

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