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Bruxelas prepara regras para facilitar veto a aquisições estrangeiras

Jean-Claude Juncker deverá anunciar, em Setembro, medidas que ampliam os poderes nacionais e comunitários para vetar operações de compra por parte de entidades de fora da UE. É uma resposta à China, diz o FT.

A vida do seu 'amigo Mário' Soares confunde-se 'com episódios marcantes do processo de construção da União Europeia' e que a Europa perde um pouco de si, salientou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. A vida de Mário Soares, disse Juncker, em comunicado, 'confunde-se com a história recente de Portugal e com episódios marcantes do processo de construção da União Europeia'.
Para Juncker, Soares foi 'orgulhosamente português' e 'orgulhosamente europeu', destacando ainda que 'com o seu desaparecimento, Portugal e a Europa perdem um pouco de si'. Numa nota pessoal, Juncker destacou também que 'o meu amigo Mário nunca virou a cara à luta e às responsabilidades de um democrata'. 
O presidente da Comissão Europeia destacou, também, 'a resistência à ditadura e a luta determinada por uma transição do seu país para a democracia', considerando Soares 'símbolo e artífice deste processo'. 'Mário Soares contribuiu para tornar irreversível um processo de democratização que alastraria pelo Sul da Europa e que colocou Portugal, mas também Espanha e Grécia, no caminho da adesão ao projecto europeu, âncora desses valores democráticos', considerou. 'A vida de Mário Soares deixa-nos na altura em que celebramos os 30 anos da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia onde, sem surpresa, é o seu nome que consta do tratado de adesão', escreveu.
14 de Agosto de 2017 às 11:47
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A Comissão Europeia quer impor regras mais apertadas na avaliação de aquisições por parte de empresas de fora do bloco europeu. Segundo noticia o Financial Times esta segunda-feira, 14 de Agosto, o presidente Jean-Claude Juncker irá, em Setembro, anunciar medidas nesse sentido.

 

De acordo com a publicação especializada, Juncker pretende, com tais novas regras, reduzir a diferença de poderes de blindagem nessas operações em relação a outras potências, como os Estados Unidos da América.

 

As fontes da notícia indicam que as medidas passam por uma coordenação dos sistemas nacionais de veto ou até a imposição de um sistema específico aplicável a empresas financiadas por fundos comunitários.

 

A decisão política é atribuída pelo FT às preocupações que têm surgido um pouco por toda a Europa em relação às investidas de empresas chinesas. Uma discussão que tem ocorrido a nível europeu. Em Junho, o Conselho Europeu convidou a Comissão Europeia e o Conselho (de ministros) a "aprofundarem e a fazerem avançar o debate sobre a forma de melhorar a reciprocidade nos domínios das aquisições públicas e do investimento".

 

"Neste contexto, [o Conselho Europeu] saúda a iniciativa da Comissão de controlar a globalização e, nomeadamente, de analisar os investimentos de países terceiros em sectores estratégicos, no pleno respeito das competências dos Estados-Membros. O Conselho Europeu voltará a abordar esta questão numa das suas próximas reuniões", indicava o comunicado saído do encontro de 23 de Junho.

 

Em causa nas medidas de Juncker está o veto sobre operações envolvendo entidades de sectores considerados estratégicos como a energia, a tecnologia e as infra-estruturas.

 

Ainda em Junho, o Governo alemão reforçou as regras que facilitam o bloqueio de compras de companhias "estratégicas" por estrangeiros, sem exigir a palavra ao parlamento germânico. O presidente francês Emmanuel Macron também tem defendido passos numa maior defesa face a aquisições. 

 

Esta é, contudo, uma possibilidade que divide as economias da União Europeia, até porque houve países que captaram receitas estatais com a alienação de empresas públicas a investidores de países de fora da União Europeia.Em Portugal, os últimos anos foram marcados por privatizações de empresas da energia (EDP, com a China Three Gorges a deter 21,35% da eléctrica, a par da estatal chinesa Cnic, com 3,02%; a REN, em que a chinesa State Grid controla 25% e a Oman Oil 15%) ou de infra-estruturas (a Vinci, que adquiriu a concessão da ANA, gestora das infra-estruturas aeroportuárias).

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