Um documento preliminar do Banco Central Europeu sobre os testes de stress à banca europeia, a que a Bloomberg teve acesso, indica que 25 bancos europeus não terão cumprido os requisitos mínimos para serem considerados sólidos. Não são avançados nomes.

Há 130 bancos em avaliação nestas provas à capacidade de resistirem a choques, cujos resultados serão conhecidos a 26 de Outubro, este domingo. 105 deverão passar à análise feita pelo Banco Central Europeu em conjunto com a Autoridade Europeia de Bancos. Os restantes 25 chumbam, segundo o documento citado pela agência de informação que, no entanto, sublinha que o número está sujeito a alterações, dado que ainda haverá negociações entre a autoridade monetária e os bancos em causa.

Os testes de stress, que fazem parte de uma avaliação mais abrangente feita a 130 bancos europeus, têm como referência a situação das instituições a 31 de Dezembro de 2013. Ou seja, depois disso, já muito aconteceu – os bancos podem ter feito aumentos de capital, venda de activos e outras acções que reforçaram os seus rácios.

Das 25 instituições financeiras que, no final do ano passado, estavam aquém do mínimo exigido, 15 terão já conseguido cumprir esse rácio mínimo ao longo de 2014. Ou seja, não terão de procurar novos fundos. A ministra portuguesa das Finanças, Maria Luís Albuquerque, falou hoje sobre os testes de stress e disse precisamente isso: "os três bancos [Caixa Geral de Depósitos, Banco Comercial Português e Banco BPI] têm feito um trabalho muito consistente, com grandes progressos muito significativos em 2014".

Ao contrário dos 15 bancos que não precisam de reforçar os rácios, os restantes 10 bancos ainda terão de trabalhar em busca de capital para alcançar esses valores. De qualquer forma, o número ainda não é certo, porque decorrem ainda algumas reuniões entre bancos e o BCE.

Depois dos resultados serem divulgados, os bancos em que foram detectadas insuficiências de capital terão de apresentar um plano, nas duas semanas seguintes, sobre como irão cumprir as necessidades identificadas. A 4 de Novembro, o Banco Central Europeu irá assumir a supervisão prudencial da banca europeia, ficando com a responsabilidade de acompanhar as instituições mais relevantes, em que se incluem o BCP, CGD, BPI e Novo Banco. Destes três, só o último não será alvo destes testes nestes momentos.