Notícia
BlackRock volta a superar 2% do BCP
Depois de em Fevereiro ter deixado de ter uma participação qualificada, a gestora de activos, que ameaçou Portugal com a justiça por conta da resolução do BES, voltou a investir no Banco Comercial Português.
A BlackRock voltou a ter mais de 2% do Banco Comercial Português (BCP). O último reforço foi feito na terça-feira, dois meses depois de a gestora de activos americana ter desinvestido e perdido a participação qualificada.
A 4 de Abril, a BlackRock passou a possuir uma participação de 2,04% no BCP, sendo que apenas 1,63% é detida directamente através de acções, segundo o comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A restante parcela do capital que a BlackRock tem na instituição financeira liderada por Nuno Amado (na foto), de 0,41%, é controlada por instrumentos financeiros (empréstimos e CFD), que também dão direito de voto, pelo que é uma posição atribuída à gestora de activos.
O último aumento da participação da BlackRock no BCP foi na passada terça-feira, 4 de Abril, dia em que os títulos afundaram 4,72%. Hoje, as acções sobem 0,16% para valer 18,22 cêntimos, acompanhando a evolução de 0,15% do índice português PSI-20.
A entrada da BlackRock acontece numa semana em que ameaçou com um diferendo com o Estado português, tentando impugnar a venda do Novo Banco, já que foi prejudicada pela transferência de obrigações seniores do Novo Banco para o BES "mau" a 29 de Dezembro de 2015. A empresa americana juntou-se a outros fundos para essa impugnação judicial, defendendo o efeito perverso para a economia portuguesa por conta daquela decisão do Banco de Portugal.
Com participações superiores a 2% há outras gestoras de activos: a Millennium Management, com 2,118%, o Norges Bank, com 2,094%.
A maior accionista do BCP é a Fosun, que, através da Chiado, detém 23,92% no capital, e a Sonangol, que controla 15,24% da instituição financeira.