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BES regista prejuízos de 518 milhões em 2013

O banco liderado por Ricardo Salgado passou de lucros, em 2012, para perdas no ano passado, a reflectir o registo de provisões para fazer face às imparidades de crédito no valor de 1.422,8 milhões de euros. Os prejuízos de 2013 ficaram acima das previsões dos analistas.

Bruno Simão/Negócios
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O maior banco privado em termos de activos sob gestão registou prejuízos de 517 milhões de euros no ano passado. A perda reflecte o registo de provisões para fazer face às imparidades de crédito no valor de 1.422,8 milhões de euros e ficou acima do esperado pelos analistas.

 

O Banco Espírito Santo apurou um resultado líquido negativo de 517,6 milhões de euros em 2013, contra lucros de 96,1 milhões um ano antes, segundo anunciou em comunicado publicado junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

O resultado é pior do que as previsões dos analistas, que apontavam para um prejuízo de 491 milhões de euros em 2013, segundo a média de seis estimativas – cinco das quais compiladas pela Reuters e uma sexta a que o Negócios teve acesso.

 

Ao longo do ano passado, o banco destinou 1.422,8 milhões de euros para provisões para fazer face a imparidades no crédito. Este reforço resultou da “conjuntura económica recessiva dos últimos anos” e incorpora os ajustamentos decorrentes do exercício de revisão das imparidades dos créditos solicitado pelo Banco de Portugal.

 

Isto num ano em que o banco teve uma diminuição de 26,3% do produto bancário para 1.899,8 milhões de euros, reflectindo a deterioração da actividade económica do ano passado. A descida reflecte a redução dos serviços a clientes em 16,3% para 693,4 milhões de euros e a quebra dos resultados de operações financeiras e diversos em 69,8% para 172,1 milhões.

 

A instituição viu o rácio de crédito em risco diminuir de 11,3% em Setembro para 10,6% no final do ano. Já o total de provisões para crédito em balanço aumentou para 3,4 mil milhões  de euros e o rácio de crédito vencido há mais de 90% permaneceu praticamente inalterado nos 5,7%.

 

Lucros do BESI recuam 68%

 

Pela primeira vez numa apresentação de resultados do BES, Ricardo Salgado passou a palavra a José Maria Ricciardi para comunicar aos jornalistas qual foi o desempenho do banco de investimento do grupo, o BESI. "Talvez o José Maria queira comentar os resultados do banco de investimento", disse o presidente do BES.

 

Ricciardi referiu que o BESI teve uma quebra de 68% nos lucros, que foram de 7 milhões de euros, com a área internacional a contribuir com 84%. Um desempenho justificado pela fraca actividade nas praças onde o banco está presente e por imparidades na Península Ibérica. 

 

Actividade internacional atenua tendências negativas

As unidades internacionais do BES contribuíram para atenuar o ritmo de deterioração dos resultados no último ano. O produto bancário comercial da actividade internacional evoluiu positivamente, ao crescer 16,6% para 652,5 milhões de euros. Já o resultado líquido diminuiu 75,0% face ao do período homólogo. Ainda assim saldou-se em 21,9 milhões de euros e compensou parte do prejuízo da actividade doméstica, que foi de 539,5 milhões de euros.

 

O produto bancário, depois do resultado de operações financeiras e diversos, recuou 14,5% para 619,0 milhões de euros. Isto porque o contributo da rubrica que resulta das operações feitas com fundos do banco passaram de um contributo positivo de 71,0 milhões para um impacto negativo de 43,9 milhões.

 

(Notícia actualizada às 18h19)

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