Notícia
BE pede a Centeno relatório de auditoria interna do Banco de Portugal na resolução do BES
O requerimento, assinado pela deputada bloquista Mariana Mortágua e dirigido ao Banco de Portugal, deu hoje entrada no parlamento, na mesma semana em que o antigo ministro das Finanças Mário Centeno tomou posse como governador do Banco de Portugal.
23 de Julho de 2020 às 20:35
O BE pediu hoje ao governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que envie à Assembleia da República a auditoria interna ao processo de resolução do BES, documento já pedido pelo Governo e que nunca foi revelado.
Este requerimento, assinado pela deputada bloquista Mariana Mortágua e dirigido ao Banco de Portugal, deu hoje entrada no parlamento, na mesma semana em que o antigo ministro das Finanças Mário Centeno tomou posse como governador do Banco de Portugal.
"Na sequência da resolução do BES o anterior Governador do Banco de Portugal determinou a realização de uma auditoria, coordenada por João Costa Pinto, sobre a intervenção do supervisor em todo o processo GES", refere o pedido.
Tendo em conta as conclusões da comissão de inquérito ao BES, que "apontaram várias falhas à atuação do supervisor", a deputada recorda que o BE "requereu por diversas vezes o envio dessa auditoria à Assembleia da República".
Apesar das "várias insistências e tentativas", um pedido do BE "corroborado por outros grupos parlamentares, nomeadamente o do PS", este "foi sempre travado pelo antigo Governador, Carlos Costa", que considerou tratar-se de "uma reflexão interna" e "um documento interno, para uso interno, com várias peças".
"Segundo declarações públicas do primeiro-ministro durante um debate quinzenal em março de 2019, também o Governo tentou ter acesso ao documento, tendo o mesmo sido negado pelo Banco de Portugal", acrescenta o requerimento.
Recorrendo às palavras de Mário Centeno na audição que antecedeu a sua nomeação, o BE recorda que o agora governador "declarou que o Banco de Portugal não pode viver numa torre de marfim".
"Assim, tendo em conta a importância da divulgação deste relatório para o escrutínio da atividade do Banco de Portugal, em particular da sua intervenção no caso GES, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem, mais uma vez, requerer o seu envio à Assembleia da República", justifica.
Num debate quinzenal em 07 de março de 2019, o primeiro-ministro, António Costa, assumiu que todos têm "curiosidade" em conhecer a auditoria interna do Banco de Portugal no quadro de resolução do BES, documento que o Governo solicitou e que não foi revelado.
Ninguém escondeu nada. O Governo não desconhecia o contrato, o Banco de Portugal sempre disponibilizou ao Governo toda a informação sobre o contrato. O que eu disse há pouco era relativamente à auditoria interna que foi feita no Banco de Portugal sobre a gestão durante o quadro da resolução [do BES]", respondeu o primeiro-ministro à líder do BE, Catarina Martins.
António Costa assumiu que "o Governo solicitou ao Banco de Portugal "o envio da auditoria interna" e este não "revelou a auditoria". "Claro que tenho curiosidade. Acho que todos temos curiosidade. Qualquer português tem curiosidade", admitiu.
Pela parte do Governo, prosseguiu, não há nada "a esconder para contar e divulgar" em relação a "tudo aquilo que foi a intervenção". "Presumo que os outros também não têm. Se a Assembleia da República entender que esse é o mecanismo, creio que o senhor Presidente da República ficará satisfeito, milhões de portugueses ficarão satisfeitos, eu pessoalmente terei gosto em finalmente conhecer algumas coisas que não conheço", insistiu então.
Este requerimento, assinado pela deputada bloquista Mariana Mortágua e dirigido ao Banco de Portugal, deu hoje entrada no parlamento, na mesma semana em que o antigo ministro das Finanças Mário Centeno tomou posse como governador do Banco de Portugal.
Tendo em conta as conclusões da comissão de inquérito ao BES, que "apontaram várias falhas à atuação do supervisor", a deputada recorda que o BE "requereu por diversas vezes o envio dessa auditoria à Assembleia da República".
Apesar das "várias insistências e tentativas", um pedido do BE "corroborado por outros grupos parlamentares, nomeadamente o do PS", este "foi sempre travado pelo antigo Governador, Carlos Costa", que considerou tratar-se de "uma reflexão interna" e "um documento interno, para uso interno, com várias peças".
"Segundo declarações públicas do primeiro-ministro durante um debate quinzenal em março de 2019, também o Governo tentou ter acesso ao documento, tendo o mesmo sido negado pelo Banco de Portugal", acrescenta o requerimento.
Recorrendo às palavras de Mário Centeno na audição que antecedeu a sua nomeação, o BE recorda que o agora governador "declarou que o Banco de Portugal não pode viver numa torre de marfim".
"Assim, tendo em conta a importância da divulgação deste relatório para o escrutínio da atividade do Banco de Portugal, em particular da sua intervenção no caso GES, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem, mais uma vez, requerer o seu envio à Assembleia da República", justifica.
Num debate quinzenal em 07 de março de 2019, o primeiro-ministro, António Costa, assumiu que todos têm "curiosidade" em conhecer a auditoria interna do Banco de Portugal no quadro de resolução do BES, documento que o Governo solicitou e que não foi revelado.
Ninguém escondeu nada. O Governo não desconhecia o contrato, o Banco de Portugal sempre disponibilizou ao Governo toda a informação sobre o contrato. O que eu disse há pouco era relativamente à auditoria interna que foi feita no Banco de Portugal sobre a gestão durante o quadro da resolução [do BES]", respondeu o primeiro-ministro à líder do BE, Catarina Martins.
António Costa assumiu que "o Governo solicitou ao Banco de Portugal "o envio da auditoria interna" e este não "revelou a auditoria". "Claro que tenho curiosidade. Acho que todos temos curiosidade. Qualquer português tem curiosidade", admitiu.
Pela parte do Governo, prosseguiu, não há nada "a esconder para contar e divulgar" em relação a "tudo aquilo que foi a intervenção". "Presumo que os outros também não têm. Se a Assembleia da República entender que esse é o mecanismo, creio que o senhor Presidente da República ficará satisfeito, milhões de portugueses ficarão satisfeitos, eu pessoalmente terei gosto em finalmente conhecer algumas coisas que não conheço", insistiu então.