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BCP reitera que "não tomou qualquer decisão sobre aumento de capital"
O banco liderado por Nuno Amado adianta que é sua obrigação “estudar alternativas que criem valor para os seus accionistas”, mas não há qualquer decisão tomada sobre um aumento de capital.
O Banco Comercial Português mantém a posição de que a sua administração não tomou qualquer decisão sobre a realização de um aumento de capital, embora admita que o banco está sempre a "estudar alternativas para criar valor aos seus accionistas.
A Bloomberg noticiou esta tarde que o banco liderado por Nuno Amado está a preparar um aumento de capital entre 1.500 e 2.000 milhões de euros. Fonte oficial do banco mantém a mesma posição assumida quando foi noticiado no mês passado que o BCP iria efectuar um aumento de capital.
"A administração do BCP não tomou nenhuma decisão" sobre uma operação de aumento de capital, disse ao Negócios fonte oficial do banco.
Junto de outra fonte, o Negócios apurou que ainda não existe nenhuma decisão do Conselho de Administração do BCP sobre uma operação de reforço de capital.
Fonte oficial do BCP adiantou contudo que "é obrigação" do banco estudar "alternativas para criar valor para os accionistas".
Aumentar capital para acelerar reembolso ao Estado
Caso avance para um aumento de capital, o BCP irá utilizar o encaixe para acelerar o reembolso da ajuda estatal, que ascendeu a 3 mil milhões de euros. Os analistas têm vindo a defender esta opção, pois permitia ao banco poupar nos custos da ajuda estatal, que pressupõe um juro elevado.
De acordo com a agência Bloomberg, a instituição liderada por Nuno Amado está já a trabalhar com o JPMorgan e com o Deutsche Bank para angariar entre 1,5 mil milhões de euros e 2,0 mil milhões de euros através de uma venda de acções que poderá ainda ocorrer este mês de Junho.
O "Diário Económico" avançou em Maio com a notícia de que o BES e o banco liderado por Nuno Amado iriam avançar com operações de aumento de capital. O BES já concretizou um reforço de capital de 1.045 milhões de euros e o BCP logo na altura afirmou o mesmo de hoje, ou seja, que a decisão não estava tomada pelo Conselho de Administração.
No passado dia 2 de Junho - três dias antes da aprovação do regime fiscal que permite às instituições converter impostos diferidos em créditos fiscais -, Nuno Amado dizia que a instituição não tinha tomado qualquer decisão sobre um aumento de capital nem tinha em curso nenhum processo com vista a realizar essa mesma operação.
Os especialistas de bancos de investimento nacionais apontavam que depois de o Governo ter desbloqueado a questão dos impostos deferidos, era mais provável que o BCP avançasse com um aumento de capital para antecipar o reembolso ao Estado.
Ontem, dia 11 de Junho, foi revelado que aumento de capital de 1.045 milhões de euros do Banco Espírito Santo BES foi totalmente subscrito, com a procura de acções a superar a oferta disponível em 79%. O sucesso da operação do banco liderado por Ricardo Salgado, que atraiu forte interesse de investidores institucionais poderá ser um incentivo para o BCP avançar também com um reforço de capital.