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BCP cai 4% e desliza pelo quinto dia seguido

As acções do BCP fecharam, pela primeira vez, abaixo da fasquia dos 2 cêntimos. A banca periférica caiu praticamente toda e o BCP esteve entre os principais destaques pela negativa. No último mês, é o que mais perde.

Miguel Baltazar/Negócios
14 de Junho de 2016 às 16:46
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O BCP continua a perder terreno. Esta terça-feira, voltou a ser um dia de quedas para o banco liderado por Nuno Amado. Deslizes que já levaram os títulos da instituição financeira a valerem menos de 2 cêntimos.

No fecho da sessão desta terça-feira, 14 de Junho, o BCP fechou nos 1,93 cêntimos por acção. O valor representa uma queda de 4,40% em relação ao fecho de ontem, nos 2,02 cêntimos.

Foi o quinto dia de recuo das acções do BCP. As desvalorizações do banco têm sido sempre expressivas, tendo em conta o reduzido valor dos títulos. Contudo, a tendência é praticamente a mesma: de descida, mesmo quando foi proibido apostar na queda dos títulos. 


Aliás, o comportamento do BCP tem também contribuído para a descida da bolsa portuguesa, sendo que o índice de referência PSI-20 perdeu hoje mais de 2%, caindo pelo terceiro dia seguido. Na banca, o BPI também cedeu 1,36% enquanto o Montepio se manteve inalterado.

 

Na sessão de hoje, o BCP caiu com uma forte pressão vendedora: foram trocadas mais de 782 milhões de acções, o dobro da média de 367 milhões registada nos últimos seis meses. Embora tenham recuado 4% no fecho, ao longo da sessão chegaram a cair 8,36% para 1,85 cêntimos, o valor mais baixo de sempre. Na sessão, as acções ainda estiveram alguns momentos a subir 1,55% mas o sentimento positivo não prevaleceu. 

 

Vários têm sido os factores que estão a pesar no desempenho negativo do banco. A gestão de Nuno Amado já teve, até, necessidade de vir a público dizer que não há necessidade de qualquer aumento de capital mas os investidores continuam a castigar as acções. Aliás, numa eventual consolidação com o Novo Banco (objectivo assumido já pela administração) seria precisa uma entrada de novo capital, implicando a entrada de novos accionistas, segundo defendeu o presidente do Haitong Bank, José Maria Ricciardi.

 

Há outras incertezas que pairam sobre o BCP que não estão directamente com ele relacionadas. A par da Caixa Geral de Depósitos, o banco é um dos que mais contribui para o Fundo de Resolução, accionista único do Novo Banco, que está em processo de venda e que os analistas duvidam que consiga recuperar todo o empréstimo estatal ao Fundo de 3,9 mil milhões de euros. Além disso, o Fundo de Resolução também fica com a responsabilidade de pagar uma eventual diferença entre o que os credores do BES (incluindo accionistas e detentores de dívida) perderam na resolução e aquilo que perderiam numa eventual liquidação, que será apurado num relatório feito pela Deloitte que continua por divulgar. 

 

Banca europeia tem vindo a cair

 

Mas o BCP, apesar de estar em destaque, não é o único banco a cair na Europa. Esta terça-feira, o índice geral da banca europeia, que reúne os maiores bancos europeus, perdeu 2,27% com todos os bancos em queda, num dia marcado por receios com o Brexit e as consequências de uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia.

 

Os maiores deslizes foram protagonizados por instituições financeiras de países periféricos, como Espanha, Itália, Irlanda e Portugal. O BCP foi o sexto que mais caiu, superado, por exemplo, pelo espanhol Popular, que caiu 6,37%.

 

Apesar de nesta sexta-feira não ter sido o banco a marcar a maior queda, a instituição financeira privada, que tem a Sonangol (presidida por Isabel dos Santos no conselho de administração), é o que mais cai no último mês: 40%. O espanhol Popular, o que mais recua a seguir ao BCP, cede 30% no mesmo período.


(Notícia actualizada às 17:06 com mais informações)
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