O BCP vai propor aos acionistas um "payout" de 30%, afirmou o CEO da instituição financeira na apresentação de resultados relativos a 2023 e que alcançaram o valor recorde de 856 milhões de euros, o que aponta para um valor de quase 257 milhões de euros. A proposta ainda terá de passar pela assembleia geral.

Questionado sobre as recentes alterações na estrutura acionista do banco (com a diminuição da participação da Fosun e o reforço do Bank of America), e sobretudo sobre as notícias que dão conta que a Sonangol admite pressão para vender, Miguel Maya garantiu que esse tema não preocupa a Comissão Executiva. "Já oiço desde que assumi funções que a Sonangol vai vender. O facto é que a Sonangol está no BCP e tem dito que vai ficar no BCP", atirou. 

O presidente do Conselho de Administração que marcou presença na conferência de imprensa, também se pronunciou sobre o tema. Nuno Amado afirmou que há três aspetos que qualquer acionista quer: "rentabilidade, dividendos e valorização da participação. Conseguindo isto, o valor de mercado aproxima-se do contabilístico", afirmou.

Em 2023 o BCP conseguiu atingir uma rentibilidade (RoE) de 16%. Esta foi, ao longo dos últimos anos, uma dificuldade da instituição financeira, que para este ano de 2024 prevê um valor inferior, de 10%.

O rácio CET 1 foi de 15,4%, acima do requisito regulamentar de 9,41%. O rácio de capital total foi de 19,9%, maior do que os 16,8% verificados um ano antes.