Notícia
Banqueiro irlandês será o próximo CFO do Novo Banco
Mark Bourke é um banqueiro com experiência. A sua última missão foi recuperar o irlandês AIB, que foi resgatado pelo Estado em 2010, e colocá-lo em bolsa em 2017.
Mark Bourke, actualmente CFO do irlandês Allied Irish Banks (AIB), está a caminho do Novo Banco, de acordo com uma notícia do "Irish Times".
O jornal não especifica que cargo vai desempenhar Mark Bourke, afirmando apenas que se espera que o responsável assuma "um cargo sénior no banco português controlado pela Lone Star". O Negócios sabe que Mark Bourke será mesmo o CFO da instituição portuguesa.
O Irish Times adianta que Mark Bourke deverá assumir funções no início do próximo ano.
Mark Bourke, que está no AIB desde 2014, tinha já anunciado, no início de Setembro, que iria sair do banco, depois de ter sido um dos principais responsáveis por recuperar a instituição - que foi resgatada em 2010 - e colocá-la em bolsa. O AIB realizou uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) no ano passado. O Governo irlandês vendeu 28,8% do AIB por 3,4 mil milhões de euros. Este trabalho valeu a Mark Bourke a nomeação de CFO do ano pelo Irish Times, em Maio.
O Negócios contactou o Novo Banco, mas ainda não obteve resposta. A Lone Star não quis comentar as notícias.
Actualmente o cargo de CFO do Novo Banco é ocupado por Jorge Cardoso, que está com o pelouro financeiro desde o final de 2014, altura em que Eduardo Stock da Cunha assumiu a liderança do Novo Banco. Jorge Cardoso estará assim no final do seu mandato de quatro anos como administrador da instituição actualmente liderada por António Ramalho.
O Novo Banco, instituição que nasceu do colapso do BES em 2014, continua em processo de reestruturação. A última operação realizada foi na semana passada, quando, depois de um ano do início do processo, fechou a venda da GNB Vida por 190 milhões.
Quanto aos resultados, o Novo Banco tem melhorado os números, mas continua a reportar prejuízos. No primeiro semestre do ano fechou com um resultado negativo de 231 milhões de euros. A contribuir para os prejuízos continuam as imparidades que o banco tem registado. António Ramalho explicou que ainda há reestruturação para fazer e esta realidade custa tempo e dinheiro.
A instituição liderada por António Ramalho está também a implementar reestruturações ao nível da gestão, tendo criado inclusivamente uma nova função: Chief Digital Officer. João Dias, que era sócio da Digital McKinsey na Alemanha, foi nomeado para ficar com este pelouro, cujo objectivo é ajudar o banco a crescer com enfoque na digitalização.