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Bankia vende 3.070 milhões de euros de malparado ao Lone Star
A operação foi anunciada na semana passada, naquela que é a maior venda de crédito malparado para o banco espanhol. O comprador é o Lone Star, dono do Novo Banco.
O Bankia chegou a acordo para vender uma carteira de crédito malparado e activos imobiliários ao fundo norte-americano Lone Star, dono do Novo Banco. Em causa estão 3.070 milhões de euros de activos tóxicos, naquela que foi, até agora, a maior venda de NPL [Non-Performing Loans] do banco espanhol.
"A carteira inclui activos imobiliários cujo valor bruto ronda os 1.650 milhões de euros e empréstimos em incumprimento avaliados em 1.420 milhões de euros", refere o Bankia num comunicado enviado esta segunda-feira, 17 de Dezembro, ao regulador espanhol.
O Bankia também afirma que vai reconhecer provisões adicionais de perto de 85 milhões de euros este ano como consequência da venda.
Foi na semana passada que o El Confidencial avançou que a instituição financeira estaria a vender um portefólio de NPL e que em causa estariam os projectos "Terra" e "Outubro". As notícias foram depois confirmadas pelo próprio banco. Não há detalhes quanto ao preço, mas o jornal espanhol referiu que este deveria rondar os mil milhões de euros, com base nos preços médios pagos no mercado.
Com a conclusão da venda ao fundo norte-americano, o Bankia – no qual o governo espanhol tem uma participação de 61% -- vendeu perto de 6 mil milhões de euros de activos problemáticos, quase o dobro do objectivo que tinha para este ano, de 2,9 mil milhões de euros.
O El Confidencial disse ainda que o grupo liderado por José Ignacio Goirigolzarri decidiu vender a sua maior carteira de sempre de malparado numa altura em que regista excesso de liquidez e num cenário de interesse por parte de grandes fundos por estes activos espanhóis. O Lone Star teve de competir lado a lado com rivais como a Blackstone para "vencer" esta corrida.
Não venceu, porém, ao fundo canadiano CPPIB que está prestes a chegar a acordo com o BBVA para adquirir uma carteira de empréstimos em incumprimento, avaliada em 2.500 milhões de euros. Além do Lone Star, também a Cerberus estava interessada nestes activos, refere ainda a publicação.
Por cá, as instituição financeiras portuguesas também continuam a apostar na "limpeza" de NPL através da venda destes activos tóxicos. O mais recente exemplo é o Novo Banco, que vendeu a sua maior carteira de malparado, avaliada em 1.750 milhões de euros, ao fundo KKR, como avançou o jornal Eco e o Jornal Económico.
(Notícia actualizada às 11:39 com a venda de activos tóxicos do BBVA)