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Bancos defendem mais regulação com receio de bolha financeira

Os líderes do HSBC, UBS, Deutsche Bank e BlackRock subscreveram uma declaração conjunta do Fórum Económico Mundial, solicitando a aplicação de regulação macroprudencial para estabilizar o sistema financeiro.

Bloomberg
18 de Maio de 2015 às 16:37
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O Fórum Económico Mundial emitiu um comunicado, assinado pelos líderes de alguns dos maiores bancos e gestoras de activos do mundo, solicitando a aplicação de mais medidas de regulação, procurando aumentar a estabilidade financeira. A motivar esta inversão de estratégia do sector, que tem resistido ao aumento da regulação, está o receio de que surja uma bolha financeira associada às taxas de juro em mínimos. Os gestores alertam, contudo, para os riscos associados às medidas de regulação que propõem. 

 

Os líderes dos bancos HSBC, UBS e Deutsche Bank e da gestora de fundos BlackRock estão entre os subscritores do comunicado conjunto, coordenado pelo Fórum Económico Mundial. Os banqueiros apoiam a aplicação de medidas macroprudenciais, como o aumento dos requisitos de capital ou dos requisitos para a concessão de empréstimos, utilizados para prevenir o aparecimento de perigos emergentes nos mercados.

 

"Acreditamos que as políticas macroprudenciais devem desempenhar um papel importante na regulação financeira para ajudar a atingir um equilíbrio entre a estabilidade financeira e o crescimento económico", afirma a declaração. "Uma perspectiva macroprudencial é necessária para responder a riscos sistémicos" e "ajuda a responder a ineficiências dos mercados que possam estar a surgir no sistema financeiro", afirmam os autores.  

 

Desde a crise financeira de 2008 que as autoridades têm aumentado a regulação, por exemplo através da maior exigência dos rácios de capital, enfrentando a resistência do sector. Recentemente, alguns analistas têm alertado para o risco de surgimento de bolhas nos mercados, devido ao cenário de taxas de juro muito baixas. No início de Maio, Janet Yellen, a líder da Reserva Federal dos EUA, alertou para os "perigos potenciais" nas "valorizações muito elevadas" das bolsas. São estes alertas que motivaram, agora, a criação desta declaração conjunta.

 

Estas políticas macroprudencais defendidas na carta "têm a capacidade de adereçar uma questão que está a deixar as pessoas satisfeitas mas na verdade irá provocar-lhes uma ressaca que será difícil de lidar", afirma Larry Fink, director executivo da Blackrock, um dos subscritores da declaração, citado pelo Financial Times. 

 

No entanto, os autores admitem que a eficácia destas medidas não é conhecida e que, se forem mal aplicadas, podem surtir o efeito contrário e tornar-se, elas próprias, a fonte de um risco sistémico. "Não é claro quão efectivas as ferramentas prudenciais e monetárias são na limitação dos riscos sistémicos e que impacto podem ter na economia", dizem na carta. A aplicação de políticas macroprudenciais apenas a entidades reguladas pode limitar o crédito e aumentar o papel da banca sombra, gerando riscos sistémicos, exemplificam. 

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