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Bancos apostam em espiões e ex-militares para vigiar funcionários
Os agentes treinados para vigiar terroristas e espiar organizações criminosas estão a ser contratados por grandes bancos para manter os seus funcionários debaixo de olho.
Grandes bancos de investimento estão a contratar espiões e ex-militares para vigiar os funcionários, escreve esta terça-feira, 16 de Fevereiro, a Bloomberg. O objectivo é evitar que os funcionários manipulem os mercados.
A Bloomberg diz que os bancos, desesperados por evitar as multas dos reguladores devido à manipulação dos mercados, estão a apostar na contratação de profissionais com formação militar para vigiar os seus funcionários de perto. Todos os passos dos funcionários dos bancos estão a ser monitorizados, desde o tempo que demoram nas pausas para fumar até averiguar que sites é que visitam.
A agência conta a história de Bryon Linnehan, que, depois de dois anos de serviço militar no Iraque, está desde Maio a pôr os seus conhecimentos em prática para monitorizar as comunicações electrónicas no Barclays. "Queremos identificar todos os potenciais problemas antes de se tornarem em casos preocupantes", explica Bryon Linnehan.
A Bloomberg diz mesmo que os agentes habituados a espiar organizações terroristas e a vigiar outras organizações criminosas têm agora a opção de ter uma segunda carreira a monitorizar os correctores, para os bancos se certificarem que estes agem de acordo com a lei.
Nos últimos 18 meses, bancos como o Deutsche Bank, o HSBC e o JPMorgan contrataram dezenas de antigos agentes das forças militares britânicas e norte-americanas, da CIA e do departamento de comunicações do governo do Reino Unido.
Chris Mathers, que esteve 20 anos na Royal Canadian Mounted Police e agora se encontra na divisão de investigação do KPMG, diz que "a maior ameaça para os bancos hoje em dia são os reguladores".
À luz da crise financeira e das várias investigações legais, os bancos estão hoje sob escrutínio mais que nunca, diz a Bloomberg. A indústria tornou-se numa extensão da aplicação da lei e é esperado que os gestores detectem e reportem todas as potenciais infracções.
As violações comerciais, juntamente com a lavagem de dinheiro, é o tipo de crime que mais dinheiro custa às instituições financeiras devido a multas dos reguladores. Em Maio, o Barclays foi multado num total de 1,5 mil milhões de libras (1,9 mil milhões de euros) por conspirar com outros bancos para manipular os mercados de câmbio e, no passado, também tinha sido multado em 290 milhões de libras (375,7 milhões de euros) por manipular as taxas de juro e outros 435 milhões de dólares (390,3 milhões de euros) por manipular os mercados da electricidade.