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Banco Popular Portugal passa a ser sucursal do Popular espanhol
O Banco Popular Portugal vai deixar de ser um banco. As agências continuarão a funcionar mas os clientes passam a ser clientes do Popular Espanhol. O passo é dado após a redução de pessoal e o fecho de balcões.
O Banco Popular Portugal vai transformar-se numa sucursal do Popular Espanhol. Os clientes deixam de ser clientes de um banco de direito português e passam a clientes da sucursal de um banco espanhol.
"O Banco Popular Portugal, S.A. informa que o seu conselho de administração e o do Banco Popular Español, S.A. aprovaram um projecto comum de cisão parcial transfronteiriça intracomunitária do Banco Popular Portugal, S.A., enquanto sociedade cindida, a favor do Banco Popular Español, S.A., enquanto sociedade beneficiária", indica um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Serão dados vários passos para concretizar a operação do banco actualmente liderado por Carlos Álvares (na foto). A actividade bancária tradicional (agências) do Popular Portugal é integrada no Banco Popular Español. Tal será feito através de uma sucursal: "O Banco Popular Español, S.A. constituirá uma sucursal para o exercício da referida actividade em Portugal".
Passando uma sucursal a assegurar a operação bancária tradicional da instituição, o Banco Popular Portugal fica esvaziado desses activos e, por isso, é transformado numa sociedade de locação financeira. Aí, ficarão a ser asseguradas as operações de locação financeira e imobiliária actualmente existentes no banco.
Operação concluída em Setembro
Este passo, a partir do qual o banco passa a sucursal e, portanto, passa a estar exposto ao risco espanhol e não ao português, enquadra-se numa reestruturação em que o grupo espanhol se encontra. Reestruturação que teve já impacto em Portugal quando o grupo cortou perto de 300 trabalhadores, através de rescisões por mútuo acordo, ficando com um quadro de 900 trabalhadores, ao mesmo tempo que eliminou 47 agências, passando a estar presente apenas no litoral e no sul do país.
A operação ainda não se efectivou: "A cisão encontra-se sujeita à verificação cumulativa de determinadas condições suspensivas e autorizações administrativas, melhor descritas no projecto de cisão, esperando-se que possa estar concluída no último trimestre do presente ano".
Este tipo de operações, tendo as autorizações devidas, não tem impacto administrativo nos clientes. Na prática, deixam de responder a um banco de direito português e passam a ser clientes de uma sucursal do grupo espanhol.
Depósitos garantidos por Espanha
A garantia dos depósitos transita para Espanha. Deixa de ser o Fundo de Garantia de Depósitos português a assegurar os 100 mil euros por titular e passa a ser o homólogo espanhol a garantir o reembolso desses produtos financeiros. Aí, os depósitos assegurados são, igualmente, de 100 mil euros por depositante.
(Notícia actualizada às 17:00 com mais informações)