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Banco Montepio passa de lucros a prejuízos de 15,9 milhões no primeiro trimestre

O Banco Montepio registou prejuízos de 15,9 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que compara com lucros de 5,4 milhões no mesmo período do ano passado, foi hoje divulgado ao mercado.

O Banco Montepio, liderado por Pedro Leitão, passou de lucros a prejuízos em 2020.
DR
14 de Maio de 2021 às 21:26
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De acordo com um comunicado enviado pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a instituição que pertence à Associação Mutualista Montepio refere que para o resultado foi "determinante (...) a obtenção de menores ganhos com transações de títulos relevados na rubrica de Resultados de operações financeiras".

"Não obstante, o resultado alcançado é compatível com a estratégia implementada para o desenvolvimento do negócio e com os resultados que haviam sido previstos em orçamento", refere, no comunicado, o banco liderado por Pedro Leitão.

O banco destaca também que a constituição de imparidades e provisões no valor de 37,2 milhões de euros contribuiu para os prejuízos trimestrais, que "evidenciam o impacto do contexto pandémico e que determinou uma redução expressiva dos níveis de atividade económica em geral e do negócio bancário em particular".

Segundo o comunicado, no final do primeiro trimestre o banco tinha 3 mil milhões de euros em moratórias concedidas às famílias e empresas no âmbito da pandemia de covid-19, totalizando 37.000 contratos.

Nos principais indicadores dos resultados líquidos, a margem financeira desceu dos 62,2 milhões de euros registados em março de 2020 para os 57,9 milhões nos primeiros três meses deste ano.

As comissões líquidas também baixaram, registando no final de março de 2021 27 milhões de euros, abaixo dos 29,9 milhões de euros de março de 2020, "consubstanciando a redução das comissões devidas pela transacionalidade, com destaque para as comissões relacionadas com meios de pagamento, e também para a descida das comissões com operações de crédito".

"Os resultados em operações financeiras no primeiro trimestre de 2021 situaram-se em -2,7 ME [milhões de euros], comparando com 21,1 ME no trimestre homólogo de 2020, refletindo os menores ganhos com títulos de dívida contabilizados nos primeiros três meses de 2021 face aos que foram registados em idêntico período de 2020", pode também ler-se no comunicado do grupo bancário.

Já os custos operacionais "ascenderam a 64,4 ME, face aos 66,1 ME relevados em igual período de 2020", um resultado suportado na "implementação do plano de ajustamento do quadro de colaboradores e da rede de balcões encetados em 2020".

Em termos de rácios, o de capital total situou-se nos 13,4%, e o de exposições não produtivas (NPE) ficou nos 10,7%, "comparando favoravelmente com o rácio de março de 2020 (12,3%)", segundo o banco.

O banco destacou que o crédito bruto a clientes "aumentou 123 ME, face ao final de 2020, em resultado da aposta estratégica de crescimento nas PME e no 'middle Market' [empresas médias], assim como na produção de crédito hipotecário, que em março de 2021 registou os valores mais elevados dos últimos 13 anos"

"A evolução observada no primeiro trimestre beneficiou da diminuição dos custos operacionais, refletindo o impacto favorável da implementação do plano de ajustamento do quadro de colaboradores e da rede de balcões efetuado em 2020, no âmbito da concretização do objetivo estratégico de melhoria da eficiência e da rendibilidade", refere também o banco.

Nesse âmbito, o banco reduziu o número de trabalhadores em 242 e o de balcões em 37 face a março de 2020, totalizando no final do primeiro trimestre deste ano 3.727 funcionários e 291 agências.
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