Notícia
Banco da Caixa Geral de Depósitos em Cabo Verde com lucros recorde em 2019
O Banco Comercial do Atlântico (BCA), o maior de Cabo Verde e que a Caixa Geral de Depósitos pretende vender, teve lucros de 10,6 milhões de euros em 2019, o melhor registo de sempre da instituição.
22 de Junho de 2020 às 10:32
De acordo com o relatório e contas da instituição, a que a Lusa teve hoje acesso, apesar do resultado líquido do exercício de 2019, a administração do BCA decidiu seguir a recomendação do Banco de Cabo Verde (BCV) e não vai distribuir dividendos aos acionistas.
No documento, que confirma um resultado líquido em 2019 de 1.170 milhões de escudos (10,6 milhões de euros), um crescimento de 623,2% face a 2018 (então fortemente afetado por uma decisão judicial sobre o fundo de pensões), refere-se que "era pretensão da administração propor aos acionistas a distribuição de 50% desse resultado".
"Contudo, em face do comunicado do BCV de 26 de março de 2020, no qual como medida preventiva aos efeitos nefastos da covid-19 o regulador recomenda aos bancos a não distribuição de dividendos referentes ao ano de 2019, medida que a administração do BCA acomodou, pelo que irá propor aos acionistas a retenção dos resultados de 2019, traduzindo-se esta retenção num rácio de solvabilidade de 19,16%", lê-se.
Através do Banco Interatlântico, que detém igualmente em Cabo Verde, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) controla 52,65% do BCA, ao que se soma uma participação própria de 6,76%. O Instituto Nacional da Previdência Social de Cabo Verde detém uma participação de 12,54% no BCA.
Desde 2019 que a CGD tem em curso o processo de venda da participação no BCA, optando por ficar no mercado cabo-verdiano apenas com o Banco Interatlântico. Esta venda da participação social no BCA, que no total ultrapassa um peso de 59%, estava prevista no plano estratégico da CGD para 2017-2020.
No relatório e contas de 2019, o conselho de administração do BCA, liderado por Francisco Pinto Machado Costa, destaca que o lucro "não só registou um valor superior ao orçamentado, como se destaca por ser o melhor resultado líquido dos 27 anos de história do banco".
"É fruto da estratégia que o banco tem vindo a seguir nos últimos anos com um enfoque na melhoria do Produto Bancário conjugado com um apertado controle dos seus custos de exploração e associado a um muito rigoroso acompanhamento do risco do crédito", lê-se.
Admitindo os efeitos, este ano, da crise financeira provocada pela pandemia de covid-19 no setor bancário, e concretamente no BCA, o relatório e contas também reconhece o desempenho positivo até ao final do primeiro trimestre.
"Face a um ano económico muito satisfatório em 2019, as perspetivas para 2020 eram no final de 2019 e início de 2020 igualmente muito positivas, as quais estão refletidas num primeiro trimestre de 2020 com uma melhoria do resultado operacional superior a 10% face ao período homólogo de 2019", acrescenta.
O sistema financeiro cabo-verdiano funciona com sete bancos comerciais, mantendo o BCA a liderança, com uma quota de mercado, no final de 2019, a rondar 31,3% no crédito concedido e de 35,5% nos depósitos. A instituição conta com 34 balcões, distribuídos por todo o arquipélago, com mais de 450 trabalhadores.
O saldo dos depósitos de clientes atingiu 78.485 milhões de escudos (712 milhões de euros) no final de 2019, um crescimento de 1,3%, enquanto o total de novos financiamentos concedidos no mesmo ano atingiu os cerca de 8.990 milhões de escudos (81,5 milhões de euros), um crescimento de 2,2%.
Globalmente, a carteira de crédito do BCA rondava no final de 2019 os 53.544 milhões de escudos (486 milhões de euros) e o incumprimento diminuiu em cerca de 710 milhões de escudos (6,5 milhões de euros), equivalente a -16,2%, cifrando-se em dezembro em 3.700 milhões de escudos (33,5 milhões de euros).
O BCA fechou 2019 com um ativo total de 87.425 milhões de escudos (793 milhões de euros), uma quebra de 4,1% face ao ano anterior, e um passivo que aumentou 1,2%, para 78.897 milhões de escudos (716 milhões de euros).
O crédito vencido situava-se no final de 2019 em 9,9% do total, quando um ano antes era de 11,7%, com as imparidades a cobrirem 75,1% do total.
O produto bancário do BCA subiu 8,2% em 2019, para 3.442 milhões de escudos (31,2 milhões de euros).
No documento, que confirma um resultado líquido em 2019 de 1.170 milhões de escudos (10,6 milhões de euros), um crescimento de 623,2% face a 2018 (então fortemente afetado por uma decisão judicial sobre o fundo de pensões), refere-se que "era pretensão da administração propor aos acionistas a distribuição de 50% desse resultado".
Através do Banco Interatlântico, que detém igualmente em Cabo Verde, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) controla 52,65% do BCA, ao que se soma uma participação própria de 6,76%. O Instituto Nacional da Previdência Social de Cabo Verde detém uma participação de 12,54% no BCA.
Desde 2019 que a CGD tem em curso o processo de venda da participação no BCA, optando por ficar no mercado cabo-verdiano apenas com o Banco Interatlântico. Esta venda da participação social no BCA, que no total ultrapassa um peso de 59%, estava prevista no plano estratégico da CGD para 2017-2020.
No relatório e contas de 2019, o conselho de administração do BCA, liderado por Francisco Pinto Machado Costa, destaca que o lucro "não só registou um valor superior ao orçamentado, como se destaca por ser o melhor resultado líquido dos 27 anos de história do banco".
"É fruto da estratégia que o banco tem vindo a seguir nos últimos anos com um enfoque na melhoria do Produto Bancário conjugado com um apertado controle dos seus custos de exploração e associado a um muito rigoroso acompanhamento do risco do crédito", lê-se.
Admitindo os efeitos, este ano, da crise financeira provocada pela pandemia de covid-19 no setor bancário, e concretamente no BCA, o relatório e contas também reconhece o desempenho positivo até ao final do primeiro trimestre.
"Face a um ano económico muito satisfatório em 2019, as perspetivas para 2020 eram no final de 2019 e início de 2020 igualmente muito positivas, as quais estão refletidas num primeiro trimestre de 2020 com uma melhoria do resultado operacional superior a 10% face ao período homólogo de 2019", acrescenta.
O sistema financeiro cabo-verdiano funciona com sete bancos comerciais, mantendo o BCA a liderança, com uma quota de mercado, no final de 2019, a rondar 31,3% no crédito concedido e de 35,5% nos depósitos. A instituição conta com 34 balcões, distribuídos por todo o arquipélago, com mais de 450 trabalhadores.
O saldo dos depósitos de clientes atingiu 78.485 milhões de escudos (712 milhões de euros) no final de 2019, um crescimento de 1,3%, enquanto o total de novos financiamentos concedidos no mesmo ano atingiu os cerca de 8.990 milhões de escudos (81,5 milhões de euros), um crescimento de 2,2%.
Globalmente, a carteira de crédito do BCA rondava no final de 2019 os 53.544 milhões de escudos (486 milhões de euros) e o incumprimento diminuiu em cerca de 710 milhões de escudos (6,5 milhões de euros), equivalente a -16,2%, cifrando-se em dezembro em 3.700 milhões de escudos (33,5 milhões de euros).
O BCA fechou 2019 com um ativo total de 87.425 milhões de escudos (793 milhões de euros), uma quebra de 4,1% face ao ano anterior, e um passivo que aumentou 1,2%, para 78.897 milhões de escudos (716 milhões de euros).
O crédito vencido situava-se no final de 2019 em 9,9% do total, quando um ano antes era de 11,7%, com as imparidades a cobrirem 75,1% do total.
O produto bancário do BCA subiu 8,2% em 2019, para 3.442 milhões de escudos (31,2 milhões de euros).