Notícia
Banco BIG sobe lucros para 52,3 milhões de euros
Os resultados da instituição liderada por Carlos Rodrigues melhoraram quase 20% em 2017, impulsionados pelo "aumento significativo de receitas" nos negócios da gestão de património e de tesouraria e mercado de capitais.
O BIG (Banco de Investimento Global) registou um resultado líquido de 52,3 milhões de euros no ano passado, um crescimento de cerca de 19,7% relativamente ao exercício anterior, em que apresentara lucros de 43,7 milhões de euros.
Segundo a informação enviada às redacções, os resultados de 2017 reflectem um melhor desempenho nos dois principais negócios e que registaram "um aumento significativo de receitas" – Tesouraria e Mercado de Capitais; e Weatlh Management & Advisory –, isto num "contexto generalizado de reduzidas taxas de juro para riscos ‘investment grade’ e títulos de renda fixa, que representam a maior fatia dos activos".
"O enquadramento em 2017 permitiu um ligeiro crescimento de activos e uma subida de cerca de 20% dos resultados líquidos, com um aumento de liquidez e melhorias nalguns ratings de crédito, que resultaram, por sua vez, numa escassez de oportunidades de aquisição de activos que proporcionassem níveis de retorno adequados. Durante o ano, o BiG manteve o foco na preservação de capital e disciplina relativamente ao volume do balanço e aos riscos de crédito e de mercado associados", resumiu Carlos Rodrigues, CEO e presidente do conselho de administração do banco.
A caminho de Espanha
Registada em 1999 no Banco de Portugal, a instituição financeira conta actualmente com 18 agências em Portugal, onde trabalha com clientes particulares a retalho e empresas, oferecendo sobretudo produtos de poupança (como contas de depósito) e produtos de investimento. A actividade de concessão de crédito é mais residual. Em Fevereiro, anunciou o lançamento do "Capitalizer", uma solução digital para casar PME e investidores.
António da Silva Rodrigues, com 12,39% do capital, a sociedade Adger (11,14%), Carlos Adolfo Coelho Figueiredo Rodrigues (9,94%), a sociedade WWC World Wide Capital (9,93%) e Nicholas Leo Racich (5,31%) são os principais accionistas do BIG, de acordo com os dados partilhados no início do ano por Carlos Rodrigues.
Depois de se ter em expandido em 2016 para Moçambique, onde trabalha como banco de investimento, o BIG conta avançar este ano para Espanha, através da abertura de uma sucursal, aguardando a aprovação dos supervisores. Em Janeiro, num encontro com jornalistas, Rodrigues indicou que do outro lado da fronteira estará focado sobretudo na gestão de património e em operações de corretagem (operações de compra e venda de activos).
"Resultados sólidos" desde a troika
Em 2017, o produto bancário atingiu 103,7 milhões de euros, um crescimento homólogo de 37%, enquanto os resultados por acção ordinária foram de 0,30 euros, o que compara com 0,28 euros no ano anterior. A rendibilidade dos capitais próprios médios (ROE) progrediu de 16,1% para 17,3% no ano passado, ascendendo o valor contabilístico por acção ordinária do BIG a 1,98 euros (1,70 euros em 2016).
A 31 de Dezembro de 2017 o rácio Core Tier 1 do banco foi de 45,1%, sendo residual (0,05%) o rácio de crédito vencido no total concedido. O rácio de Activos Líquidos / Capitais Próprios ("rácio de alavancagem simples") era 5,4 vezes no final do ano passado e nessa data o rácio de cobertura de liquidez ficou nos 312%, que compara com os 228% registados em 2016.
Lembrando a decisão de subida do rating da República portuguesa por parte das agências S&P e Fitch, que se encontrava em "lixo" desde o pedido de ajuda externa, Carlos Rodrigues sublinhou ainda neste comunicado que "o BIG atravessou o período em que o país esteve com um nível ‘non-investment grade’ com resultados sólidos, duplicando a sua base de capital, e mantendo uma distribuição regular de dividendos aos accionistas".