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Bancários do Sul e do Centro vão avançar para fusão em sindicato nacional
Os sócios dos sindicatos dos bancários do Sul e do Centro decidiram avançar para um processo de fusão num único sindicato, de âmbito nacional, alargado a todos os trabalhadores do sector financeiro, para melhor enfrentar os desafios do futuro.
A decisão resultou dos referendos que cada um dos sindicatos realizou, em assembleias-gerais extraordinárias convocadas para o efeito.
No Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, que terminou 2017 com 38.794 sócios, a votação foi de 4.370 votos (77,78%) a favor da fusão num sindicato nacional, 1.206 votos (21,46%) contra, 27 votos brancos e 9 nulos.
O Sindicato dos Bancários do Centro, com 4.743 sócios, remeteu a divulgação dos resultados para quarta-feira, mas fonte do SBSI disse à agência Lusa que a votação a favor da fusão rondou os 90%.
O referendo do Sindicato dos Bancários do Norte, que tem 14.000 sócios, resultou numa recusa ao processo de unificação, com 5.313 votos contra a fusão e 100 votos a favor, num total de 5.600 votos expressos.
Este sindicato fica, assim, de fora do processo que uniria os três sindicatos de bancários da UGT e os dois de trabalhadores dos seguros numa única estrutura.
A Federação do Sector Financeiro (FEBASE) já agrega os sindicatos dos bancários do Sul e Ilhas, do Centro e do Norte e os sindicatos da Actividade Seguradora e dos Profissionais de Seguros, todos filiados na UGT, mas um processo de fusão num sindicato nacional levaria a uma união patrimonial e de serviços, que resultaria, nomeadamente, na unificação dos SAMS.
O objectivo de unificação num sindicato nacional foi traçado no seio da FEBASE, com a conivência de todos, mas recentemente o Sindicato dos Bancários do Norte questionou as vantagens do processo e considerou que não estavam reunidas as condições para avançar.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), Rui Riso (na foto), ficou "muito entusiasmado com os resultados do refendo, por considerar que o sector financeiro precisava disto". "Esta é a melhor solução para os trabalhadores do sector", declarou à agência Lusa o sindicalista, que é também deputado do Partido Socialista.
Rui Riso salientou que a votação à pergunta levada a referendo, sobre o alargamento geográfico do sindicato e o alargamento a outros profissionais do sector financeiro, mostrou que "os bancários compreenderam que os seus problemas são nacionais e não regionais".
O presidente do SBSI lamentou que o Sindicato do Norte tivesse ficado de fora do projecto de unificação sindical, depois de ter participado na sua elaboração, mas manifestou total confiança na concretização da fusão.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), Mário Mourão, afirmou à Lusa que os seus associados votaram contra a extinção do seu sindicato em nome da criação de um sindicato nacional com os restantes elementos da FEBASE, mas concordaram com o alargamento do âmbito do SBN.
Mário Mourão declarou que o resultado do referendo vai ser levado ao Conselho Geral do sindicato para que se proceda a uma alteração de estatutos de modo a permitir o alargamento geográfico e profissional do SBN. "Se os outros sindicatos avançarem para um sindicato nacional, abrangendo a nossa área, então também avançaremos para tornar o nosso sindicato num sindicato nacional", assegurou.
Mourão salientou que o principal motivo para o SBN não avançar para a fusão foi o facto de não terem sido feitas auditorias financeiras a todos os parceiros.
Para Rui Riso, isso não fazia sentido porque envolvia custos muito elevados sem se saber se o processo iria prosseguir. "As nossas contas são auditadas pela Deloitte, temos um património enorme, não temos dívidas, por isso não temos nada a temer. Obviamente que serão feitas auditorias a quem aderir ao projecto para ver se tem condições para tal", acrescentou o presidente o SBSI.