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Associação de Lesados do Banif vai estender acção de reclamações à diáspora

A Associação dos Lesados do Banif (ALBOA) anunciou este sábado que pretende entregar à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) cerca de mil reclamações e vai estender a acção à diáspora a partir do final de Fevereiro.

Carolina Cravinho
18 de Fevereiro de 2017 às 17:48
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"Em Portugal - estou a falar das regiões autónomas e continente - contamos recolher cerca de mil [reclamações de pessoas que se sintam enganadas pelo banco] para fazer o processo e depois, posteriormente, entregar à CMVM", disse o presidente da ALBOA no Funchal após uma reunião com lesados do Banif na Madeira.

 

Esta associação está a promover encontros com as pessoas lesadas "no sentido de informar que é necessário apresentar o máximo de reclamações junto da CMVM", explicou, tendo ocorrido o primeiro encontro nos Açores.

 

Além da reunião hoje no Funchal e em Faro estão já agendados encontros idênticos no Pico (19 de Fevereiro), e em Faro, Lisboa e Aveiro (dia 20) e no Porto (dia 21), tendo o responsável anunciado que, "paralelamente, no final do mês, a associação está a organizar-se para ir à Venezuela" contactar os lesados naquele país.

 

"Será a primeira saída em termos da emigração" para realizar uma acção semelhante, sublinhou, apontando que a ALBOA dispõe de informação de que existem "cerca de mil lesados", reforçando que "falta ainda a África do Sul e os Estados Unidos da América".

 

Jacinto Silva complementou que "este processo vai avançar em duas fases", sendo a primeira em Portugal, com a "entrega dos processos à CMVM. "Depois iremos fazer na diáspora e vamos reforçar estas entregas de reclamação", vincou.

 

O presidente da associação indicou que estas iniciativas visam "mostrar ao organismo [CMVM) que os produtos foram colocados de uma forma comercial agressiva" e "com praticas não correctas".

"Com esta ação queremos demonstrar junto da CMVM que uma coisa é o processo administrativo que possa estar inerente à subscrição e outra coisa foi a prática com que foi feita", destacou, opinando que "os produtos foram subscritos de voz e só depois foram feitas as documentações para regularizar os processos".

 

Jacinto Silva sustentou que a associação pretende que a "CMVM depois de analisar todas as reclamações que vão ser apresentadas tenha uma visão diferente do que tem tido até à data".

 

Também apontou as reclamações de lesados nos Açores ascendem a cerca de 400, devendo existir um número idêntico na Madeira. A ALBOA representa cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados do banco que perderam 263 milhões de euros no processo de resolução e venda da instituição financeira, os 4.000 obrigacionistas Rentipar ('holding' através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a participação no banco), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil accionistas.

 

Em 20 de Dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif com a venda da actividade bancária ao Santander Totta por 150 milhões de euros e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os activos que o Totta não comprou.

Continua a existir ainda o Banif, agora ‘banco mau’, no qual ficaram os accionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido. 

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