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Apollo ganha tempo para negociar Açoreana
O prazo para a Apollo negociar em exclusivo a compra da Açoreana foi prolongado por mais uma semana. O dono da Tranquilidade ganhou tempo para analisar a fundo situação financeira da antiga seguradora do Banif.
O prazo de negociações exclusivas com a Apollo para a venda da antiga seguradora do Banif foi prolongado por mais uma semana, até 7 de Fevereiro, confirmou o Negócios. O objectivo desta prorrogação é dar tempo à gestora de "private equity" para fazer uma análise detalhada às contas da Açoreana.
Inicialmente, estava previsto que a data limite de negociações exclusivas com o primeiro candidato seleccionado para esta fase fosse 31 de Janeiro. No entanto, como as contas da Açoreana relativas a 2015 só foram entregues a 22 de Janeiro a Apollo necessitou de mais tempo para escrutinar os dados da companhia.
Ao que o Negócios apurou, a gestora norte-americana que controla a Tranquilidade está neste momento a proceder à "due diligence", ou seja, à análise detalhada da situação financeira e patrimonial da Açoreana.
Em paralelo decorrem as negociações sobre as condições em que a Apollo se propõe comprar a companhia, detida em 52,3% pela Soil SGPS, "holding" dos herdeiros de Horácio Roque, e em 47,7% pela Oitante, veículo público que ficou com os activos que eram do Banif e que o Santander Totta não quis comprar.
No caso de não ser possível chegar a um entendimento entre a Apollo e os donos da Açoreana, está prevista a recuperação da proposta da Caravela, seguradora liderada por Diamantino Marques, que concorreu à compra em parceria com um fundo de "private equity" internacional.
A urgência no processo de venda da Açoreana, que está a ser liderado pelo Citi sob a égide da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de pensões (ASF), resulta das insuficiências de capital que a seguradora apresenta. Os cálculos iniciais apontam para a necessidade de a companhia receber uma injecção de capital de 50 milhões de euros para fazer face às novas exigências de solidez do sector segurador, que entraram em vigor a 1 de Janeiro deste ano.
A operação está a ser acompanhada pelo ministro das Finanças, com a preocupação de assegurar "a protecção do emprego" na Açoreana. Mário Centeno garantiu sexta-feira, 29 de Janeiro, no Parlamento que "a proposta que está a ser negociada [apresentada pela Apollo] não tem prevista nenhuma perda de emprego".
Em causa estão cerca de 700 colaboradores da companhia, cujos representantes, os sindicatos do sector e a comissão de trabalhadores da seguradora, têm manifestado dúvidas sobre a protecção dos seus postos de trabalho no âmbito deste processo de venda.