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Antigos accionistas do BES não podem comprar o Novo Banco

O Fundo de Resolução publicou um anúncio com as condições que têm que ser cumpridas pelos interessados na compra do Novo Banco. Quem foi accionista do BES nos dois últimos anos fica de fora. As manifestações de interesse devem ser entregues até às 17h00 de 31 de Dezembro.

Miguel Baltazar/Negócios
04 de Dezembro de 2014 às 09:01
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O Fundo de Resolução publicou esta quinta-feira na imprensa um convite aos interessados na aquisição do Novo Banco, para que estes apresentem "manifestações de interesse" na instituição financeira.

 

No anúncio são definidos os pré-requisitos que têm que ser cumpridos pelos interessados, bem como a data limite para a entrega da manifestação de interesse. "Os potenciais compradores são convidados a apresentar uma manifestação de interesse até às 17h00 (GMT) do dia 31 de Dezembro de 2014", refere o anúncio.

 

Quanto aos pré-requisitos, destaca-se o facto de o processo excluir à partida quem foi accionista do BES (participações qualificadas superiores a 2%) nos dois anos anteriores ao colapso do BES. Um pré-requisito que exclui diversas instituições, como os franceses do Crédit Agricole ou os norte-americanos do Goldman Sachs.

 

Outro dos pré-requisitos está relacionado com a dimensão dos interessados. De acordo com o Fundo de Resolução, "os potenciais compradores devem demonstrar deter activos líquidos num valor de pelo menos 500 milhões de euros ou activos sob gestão ou outros recursos financeiros no valor de pelo menos 100 milhões de euros".

 

São ainda impostas uma série de condições que impedem a participação neste concurso de entidades que tenham sido condenadas por diversos procedimentos, como branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo.

 

Este anúncio foi publicado no dia posterior à divulgação do balanço zero do Novo Banco, que perdeu 5.108 milhões de euros em depósitos face ao primeiro balanço conhecido logo em Agosto, após a resolução aplicada ao Banco Espírito Santo que esteve na origem da sua criação.

 

Também ontem foi noticiado, pela TVI, que os chineses da Fosun deverão oferecer até 3,5 mil milhões de euros pelo Novo Banco. Na entrevista que deu esta quinta-feira à TVI, Eduardo Stock da Cunha deixou escapar que espera uma "fila" de potenciais compradores do Novo Banco, a instituição financeira que lidera.

 

O BPI e o Santander Totta também já admitiram publicamente interesse em olhar para este dossiê. O BNP Paribas é o consultor financeiro contratado pelo Banco de Portugal e pelo Fundo de Resolução para vender o Novo Banco. É precisamente para um endereço electrónico do banco francês que os interessados no Novo Banco devem entregar as suas propostas: nb.process@bnpparibas.com

 

"A alienação das participações sociais do Novo Banco será promovida através de um processo aberto, transparente, não-discriminatório e competitivo, de acordo com os requisitos e nos termos exigidos pela lei nacional e pelo direito da União Europeia", refere o anúncio.

 

O objectivo do Banco de Portugal e do Fundo de Resolução (que é detido pelos bancos nacionais) passa por fechar a venda do Novo Banco no segundo trimestre do próximo ano. 

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