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12 banqueiros gregos acusados de favorecer o Piraeus Bank

O ex-governador do banco central grego é o principal visado num processo em que é acusado de ter favorecido o Piraeus Bank, em detrimento das reservas do fundo de pensões gerido pela autoridade monetária.

24 de Abril de 2017 às 07:48
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Há 12 antigos banqueiros gregos, em que se inclui o ex-governador do banco central, a enfrentar acusações criminais por actos praticados em 2009. O favorecimento do Piraeus Bank é um dos aspectos referidos na acusação, negada pelos envolvidos.

 

A notícia tinha saído já na imprensa grega no dia 20 de Abril mas é esta segunda-feira, 24 de Abril, divulgada pelo Financial Times, com a defesa dos principais dois nomes visados.

 

O governador do banco central grego entre 2008 e 2014, George Provopoulos (e ex-quadro do Piraeus), e o presidente do Piraeus Michalis Sallas, enfrentam acusações de quebra de confiança. Segundo a agência de notícias Ana, a investigação judicial argumenta que, em 2009, devido a uma troca de obrigações, os fundos de pensões geridos pelo banco central foram colocados em risco, favorecendo o Piraeus. Na prática, descreve o FT, o banco central trocou obrigações gregas de curto prazo por títulos de dívida detidos pelo Piraeus com maturidades mais elevadas e "yields" igualmente mais altas. A operação foi feita apenas com o Piraeus, o que levanta, para os investigadores, a ideia de favorecimento.

 

Devido à transacção, quando houve o envolvimento de privados na reestruturação de dívida grega, em 2012, os títulos nas mãos do Piraeus escaparam mas o fundo de pensões nem por isso, perdendo 53,5% do seu valor, relembra a agência de informação grega.

 

Provopoulos defende ao Financial Times que a acusação não faz sentido. Não houve favorecimento ao Piraeus, argumenta, porque não se pensava na reestruturação da dívida grega em 2009. "Não há aqui questão. O Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu eram claros e eram contra isso". Já Sallas diz também à mesma publicação que estas eram "meras transacções levadas a cabo diariamente por instituições de crédito sem consultar o presidente da administração".

 

Ao todo, são 12 os visados pela acusação que é divulgada cinco anos após a troca de dívida e oito anos após os factos.

 

A notícia surge num momento em que a Grécia continua à espera de um acordo com as instituições credoras para continuar a cumprir o seu resgate financeiro. Segundo a Bloomberg, o ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, do governo de coligação de esquerda liderado por Alexis Tsipras, pretende que a assinatura do acordo, a nível técnico, seja obtida a 22 de Maio. Até lá, o governo pretende implementar medidas de austeridade que assegurem a sustentabilidade da dívida helénica no médio prazo.

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