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Tesla aumenta vendas entre 30% a 40% este ano e tem na mira carro de 21.000 euros

O CEO da fabricante norte-americana de veículos elétricos, Elon Musk, disse esta terça-feira que espera que as entregas de carros aumentem em 2020 face ao ano passado, na ordem de 30% a 40%.

Tesla
22 de Setembro de 2020 às 23:53
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No "Dia da Bateria", o presidente executivo da Tesla anunciou um esperado aumento das vendas dos seus veículos elétricos este ano. Segundo Elon Musk, a Tesla deverá aumentar entre 30% e 40% as suas entregas em 2020, por comparação com o ano passado – quando a empresa reportou a venda de 367.500 veículos.

 

A concretizar-se, isto implica vendas entre 477.750 e 514.500 carros, um intervalo que fica dentro das previsões anteriores da empresa – que tinha falado em meio milhão de veículos entregues este ano, refere a Business Insider.

Musk anunciou também um novo carro da Tesla, ainda sem nome, para daqui a cerca de três anos. Será vendido a 25.000 dólares (21.187 euros) graças aos avanços esperados pela empresa em matéria de baterias e de tecnologia de fabrico, disse.

 

Neste evento denominado "Dia da Bateria", a coincidir com a reunião anual de acionistas – que, à conta da pandemia, foi adiada de julho para setembro –, o encontro foi bastante diferente do habitual: devido à covid-19, a apresentação foi feita no exterior da fábrica da Tesla em Fremont (Califórnia), com os investidores a assistirem no interior de carros da empresa.

 

Nesta versão "outdoor", longas filas de Teslas estrategicamente estacionados permitiram que alguns accionistas escolhidos aleatoriamente pudessem assistir "in loco" aos anúncios de Musk.

 

Apesar da notícia do aumento das vendas, o facto de não haver um esperado anúncio sobre uma super-bateria levou a que os investidores castigassem a empresa em bolsa.

 

Na sessão regular desta terça-feira, a Tesla encerrou a cair 5,60%, e segue agora a ceder 6,25% para 397,71 dólares no "after hours" de Nova Iorque.

 

Alguns investidores esperavam por anúncios cruciais sobre as últimas melhorias na tecnologia de baterias da Tesla, mas Musk relativizou o papel das baterias no evento de hoje, o que desiludiu o mercado.

 

O CEO da Tesla disse ontem no Twitter que a empresa aumentará as compras de células de bateria da Panasonic, LG e CATL. "No entanto, mesmo com os nossos fornecedores de células ao máximo ritmo, ainda prevemos uma escassez significativa em 2022 e para lá desse ano, a menos que também tomemos medidas", alertou.

 



Além disso, "Musk acrescentou que aumentar a produção de novas tecnologias poderá ser mais difícil do que o esperado (decididamente muito mais difícil do que fazer alguns protótipos)", salientou a XTB Online Trading, considerando serem motivos para que as ações negociassem em terreno negativo.

Baterias precisam de escala

 

Apesar de não anunciar algo grandioso em relação às baterias, Musk teve notícias a dar nesta frente.

 

"As três componentes de um futuro energético sustentável são a geração de energia sustentável, armazenamento e veículos elétricos. Por isso, pretendemos desempenhar um papel crucial nas três", afirmou.

 

Mas, para lá chegar, o mundo precisa de produzir o equivalente a 10 terawatts/hora de energia por ano, disse Musk. E isso é 100 vezes mais do que o atual nível de produção da Tesla, sublinha a Business Insider.

 

"As baterias atuais não conseguem atingir escala de forma suficientemente rápida; elas são, simplesmente, demasiado pequenas", frisou o CEO da Tesla. Para que os veículos elétricos continuem a crescer face aos seus congéneres alimentados a gás, terão de continuar a ser mais baratos, considerou.

 

E é precisamente aí que entra o plano da Tesla de cortar para metade o custo de produção de cada kilowatt/hora: com baterias cilíndricas em sistema contínuo em vez do recurso a separadores.

 

Esperar 10 anos por boas mais-valias

 

Em Wall Street, nem todos gostam do atual preço da Tesla, sublinhava no início desta semana o Financial News, aludindo ao alerta de um analista, que diz que as ações da Tesla são para comprar se se puder aguentá-las durante 10 anos.

 

"Se tivermos um horizonte temporal de 10 anos, a recomendação para a ação é de ‘comprar’", diz Ben Kallo, analista da Baird Equity Research, que tem uma recomendação de ‘outperform’ (desempenho acima da média) para grande parte da década.

 

Por outras palavras, explica o Financial News, um investidor que compre ações da Tesla – que dispararam 780% nos últimos 12 meses – ao preço atual deve estar preparado para esperar 10 anos para ter a certeza de que vai ter ganhos sustentados.

 

A perspetiva de Kallo coincide com a da segunda maior accionista da Tesla, a gestora de investimentos Baillie Gifford – cujo sócio James Anderson considera que, pensando nesse horizonte temporal, a empresa está avaliada de forma razoável.

 

"A visão e ambição da Tesla sempre foram claras, mas de tempos a tempos a empresa teve dificuldades na execução. Isso mudou. Tomara podermos encontrar outras grandes empresas a realizarem tão grandes progressos na transição para uma economia de energia sustentável", salientou Anderson numa nota de "research" citada pela mesma fonte.

(notícia atualizada às 00:31 de 23 de setembro)

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