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Tarifas a carros chineses ameaçam 1.500 empregos da Seat em Espanha

O CEO da marca do grupo Volkswagen deixa o aviso: se Bruxelas não baixar as tarifas do seu modelo elétrico produzido na China o impacto será significativo.

Leonhard Simon / Reuters
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A espanhola Seat, subsidiária do grupo Volkswagen e que tem as marcas Seat e Cupra, terá de reduzir a produção e colocar em "lay off" cerca de 1.500 trabalhadores caso Bruxelas não reduza até final de março as tarifas impostas sobre o seu modelo 100% elétrico produzido na China.

O alerta é deixado esta sexta-feira pelo CEO da Seat, Wayne Griffiths, em declarações à Reuters.

Em causa está o Cupra Tavascan, produzido no gigante asiático e que enfrenta desde outubro uma tarifa adicional de 20,7% à entrada no mercado europeu. Esta taxa acrescenta à tarifa prévia de 10%.

São vários os responsáveis de fabricantes automóveis europeus que argumentam que as tarifas nos seus veículos produzidos na China estão a gerar danos colaterais nas suas unidades na Europa, nomeadamente ao nível do emprego, contrariando as intenções da medida.

Wayne Griffiths diz à Reuters que a tarifa, aplicada num veículo que tem um preço de venda ao público entre os 50 mil e 60 mil euros, levou a Seat a falhar os objetivos financeiros do ano passado e que custará centenas de milhões de euros este ano.

"Não temos muito tempo. Temos de encontrar uma solução no primeiro trimestre", reforça.

A questão já levou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, a apelar junto da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que encontre uma solução e que impeça a destruição de emprego.

Sem indicar que nível de tarifas seria suportável para a Seat, Griffiths defendeu que deve ser "tão próxima quanto possível" dos originais 10%.

Se não for encontrada uma solução até março, a Seat será forçada a suspender o Tavascan da sua oferta, o que coloca mais um problema: como reduzir as emissões de dióxido de carbono para as metas definidas por Bruxelas sem o modelo elétrico da Cupra.

"Não podemos resolver isso de um dia para o outro. Então o que é que fazemos? Reduzimos a produção de veículos a combustão interna e começamos a despedir pessoas. É isso que vai acontecer se não encontrarmos uma solução", sublinha o CEO da Seat.

"A Cupra é o que nos fez rentáveis, Se a Cupra está em risco, a Seat está em risco", conclui.

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