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Portugal tem 700 mil carros a gasóleo que poluem acima dos limites

Portugal tem um total de 713 mil veículos poluentes a gasóleo a circular nas estradas, um número que coloca o país no 11º lugar entre os Estados-membros da União Europeia (UE), refere um estudo divulgado esta segunda-feira pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E).

Miguel Baltazar/Negócios
17 de Setembro de 2018 às 23:00
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Existem 713 mil veículos poluentes a gasóleo a circular nas estradas portuguesas, um número que coloca o país no 11º lugar entre os Estados-membros da União Europeia (UE), refere um estudo divulgado esta segunda-feira pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E), da qual faz parte a associação ambientalista Zero.

No conjunto da UE, são 43 milhões os automóveis poluentes a gasóleo em circulação, sublinha o estudo divulgado no terceiro aniversário do "Dieselgate", o escândalo de manipulação das emissões poluentes pela indústria automóvel.

A T&E sublinha que "o número de veículos ligeiros de passageiros e comerciais a gasóleo altamente poluentes nas estradas aumentou em cinco milhões no ano passado (…) e em 14 milhões desde o Dieselgate". França, com 8,7 milhões de veículos poluentes, Alemanha, com 8,2 milhões, e Reino Unido, com 7,3 milhões, representam mais de metade (56,3%) do total. Portugal, com 713 mil veículos, tem um peso de 1,65% no conjunto da Europa. 

Em Portugal, os 713 mil veículos correspondem a 24% dos cerca de 2,95 milhões de ligeiros de passageiros a gasóleo existentes no país. No entanto, os 713 mil automóveis referem-se apenas a ligeiros, de passageiros e comerciais, com a norma Euro 5, que vigora desde 2009.


O estudo aponta também que apesar dos novos modelos a diesel cumprirem os limites de emissões estabelecidos por Bruxelas quando medidas pelo novo teste de emissões em condições reais (RDE), testes mais alargados levados a cabo pela T&E revelam que as emissões dos novos modelos superam largamente os limites.

"Contrariamente aos argumentos da indústria automóvel, os resultados mostram que até mesmo os veículos mais recentes introduzidos no mercado emitem mais poluição na estrada do que quando testados em condições de laboratório", frisa o estudo. "A indústria automóvel não pode continuar a encontrar novas formas de manipulação dos testes e deve acelerar a transição para veículos de emissões zero, nomeadamente eléctricos", defende, em comunicado, a Zero.


Zero defende banir carros a gasóleo do centro de Lisboa

Ao Negócios, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, cita como exemplo Lisboa. "As restrições à circulação de veículos mais antigos no centro da cidade não estão a funcionar. Até porque não há uma fiscalização eficaz". "A falta de fiscalização continua a permitir dezenas de táxis mais antigos e poluentes a circular na Zona de Emissões Reduzidas (ZER) de Lisboa", refere. Os níveis de dióxido de azoto (NO2) na Avenida da Liberdade, por exemplo, continuam a exceder os limites estabelecidos por lei, indica.


O responsável considera que "este estudo mostra que mesmo veículos mais novos continuam a apresentar emissões poluentes muito acima dos limites". Assim, argumenta, terá de "se equacionar banir a circulação de veículos a gasóleo no centro da cidade".

"O impacto de alterar a idade dos veículos autorizados a circular é diminuto, uma vez que os novos modelos continuam a ser bastante poluentes", conclui.

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