Notícia
Portugal tem de investir 1,5 mil milhões em 76 mil novos pontos de carregamento elétrico, diz Mobi.E
Até 2025, o país deverá acrescentar à sua rede de carregadores para a mobilidade elétrica mais 9.004 novos pontos de carregamento, o que exigirá a "antecipação de cerca de mil postos previstos inicialmente para o período entre 2026 e 2030".
Até 2050, Portugal precisa de instalar 76 mil novos pontos de carregamento para veículos elétricos (que equivalem a 42 mil novos postos), que irão exigir um investimento na ordem dos 1,5 mil milhões de euros. Nessa altura, a rede nacional contará assim com um total de 82 mil pontos de carregamento. As conclusões são avançadas pelo estudo "Infraestruturas de Carregamento de Apoio à Transição Energética da Mobilidade em Portugal", divulgado esta segunda-feira pela Mobi.E, num evento que contou com a presença do secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado.
Antes disso, e já até 2025, o país deverá acrescentar à sua rede de carregadores para a mobilidade elétrica mais 9.004 novos pontos de carregamento, o que exigirá a "antecipação de cerca de mil postos previstos inicialmente para o período entre 2026 e 2030, de modo a garantir garantir o cumprimento da meta do Plano de Recuperação e Resiliência de ter 15 mil pontos em 2025", refere o estudo. Neste momento Portugal conta com menos de 6.000 pontos de carregamento na rede Mobi.E.
Entre 2025 e 2030 deverão ser instalados mais 12.436 novos pontos, somando-se depois disso mais 14.250 pontos entre 2030 e 2035 e 40.275 entre 2036 e 2050.
Em termos de redução das emissões de CO2, o estudo revela que a implementação de novos postos de carregamento prevista até 2050 irá permitir uma poupança adicional de 3,3 milhões de toneladas de CO2, o que representa um benefício económico de cerca de 1,9 mil milhões de euros. "Este valor apenas quantifica as emissões de CO2 e é superior ao investimento estimado", diz o estudo.
Quanto a investimentos totais para este crescimento massivo da rede de abastecimento elétrico, o estudo estima 1,5 mil milhões de euros até 2050, não considerando os custos associados ao "retrofitting" dos postos existentes. Contas feitas, estes custos adicionais poderão acrescentar mais 340 mil euros de investimento, que será imputado aos operadores de postos de abastecimento. O financiamento deverá vir da União Europeia, do PRR e de auxílios do Estado, recomenda o estudo.
37 estações de abastecimento de hidrogénio até 2030
No que diz respeito ao hidrogénio, o mesmo estudo também apresenta cálculos e diz que para garantir uma rede de abastecimento deste gás renovável serão necessárias, até 2030, 37 estações de abastecimento, representando um investimento na ordem dos 219 milhões de euros.
De acordo com o Roteiro e Plano de Ação para o Hidrogénio, estabelecido pelo Governo, a meta até 2030 é de 1% a 5% de hidrogénio verde no consumo de energia do transporte rodoviário. No entanto, refere o estudo "a incerteza associada ao futuro do hidrogénio é ainda elevada, não havendo indicação por parte das empresas transportadoras ou distribuidores urbanos do caminho que seguirão relativamente à aquisição deste tipo de veículos, até porque a indústria ainda está a trabalhar no desenvolvimento de propostas comerciais".
Por outro lado, refere o mesmo documento, o mercado de hidrogénio também não avançará "enquanto não existir garantia de uma rede de abastecimento que cubra as necessidades mínimas, pelo que esse deverá ser o primeiro passo".
Como estão a ser cumpridas as metas da mobilidade elétrica?
O estudo "Infraestruturas de Carregamento de Apoio à Transição Energética da Mobilidade em Portugal", divulgado pela Mobi.E, faz também um ponto de situação ao cumprimento das metas em termos de mobilidade elétrica.
Em julho de 2023 o Conselho Europeu adotou formalmente o regulamento AFIR - Alternative Fuels Infrastructure Regulation, que visa reforçar a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos, bem com a de outros combustíveis alternativos, como o hidrogénio, e é aplicável ao transporte terrestre, marítimo e aéreo. A esse respeito, o estudo diz que o país tinha já em 2022 uma potência 22% acima do exigido (disponibilidade de 1,3 kW para elétricos e 0,8 kW para híbridos nos pontos de carregamento).
Sobre o PRR, em fevereiro de 2023 estavam contabilizados em Portugal 5.766 pontos de carregamento de veículos elétricos, o que o estudo considera como "bem encaminhado para o cumprimento" dos 15.000 postos até 2025, tendo em conta que a meta intermédia de 5.250 pontos em 2022 já foi cumprida.
No Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, o cenário não é tão positivo e dificilmente as metas serão atingidas na data prevista: em 2022 apenas 2,3% dos veículos ligeiros eram elétricos, e nos pesados de mercadorias a eletrificação não tinha sequer expressão (28 veículos). O roteiro prevê que em 2030 36% dos ligeiros de passageiros sejam elétricos.
Quanto ao Roteiro e Plano de Ação para o Hidrogénio, Portugal continua ainda sem estações de abastecimento deste gás renovável, tendo apenas três veículos ligeiros de passageiros movidos a hidrogénio e dois autocarros. O roteiro estabelece como meta 10 a 25 estações de abastecimento até 2025 e 50 a 100 até 2030. O objetivo é chegar a 2050 com 1.000 a 1.500 estações de hidrogénio.
Antes disso, e já até 2025, o país deverá acrescentar à sua rede de carregadores para a mobilidade elétrica mais 9.004 novos pontos de carregamento, o que exigirá a "antecipação de cerca de mil postos previstos inicialmente para o período entre 2026 e 2030, de modo a garantir garantir o cumprimento da meta do Plano de Recuperação e Resiliência de ter 15 mil pontos em 2025", refere o estudo. Neste momento Portugal conta com menos de 6.000 pontos de carregamento na rede Mobi.E.
Em termos de redução das emissões de CO2, o estudo revela que a implementação de novos postos de carregamento prevista até 2050 irá permitir uma poupança adicional de 3,3 milhões de toneladas de CO2, o que representa um benefício económico de cerca de 1,9 mil milhões de euros. "Este valor apenas quantifica as emissões de CO2 e é superior ao investimento estimado", diz o estudo.
Quanto a investimentos totais para este crescimento massivo da rede de abastecimento elétrico, o estudo estima 1,5 mil milhões de euros até 2050, não considerando os custos associados ao "retrofitting" dos postos existentes. Contas feitas, estes custos adicionais poderão acrescentar mais 340 mil euros de investimento, que será imputado aos operadores de postos de abastecimento. O financiamento deverá vir da União Europeia, do PRR e de auxílios do Estado, recomenda o estudo.
37 estações de abastecimento de hidrogénio até 2030
No que diz respeito ao hidrogénio, o mesmo estudo também apresenta cálculos e diz que para garantir uma rede de abastecimento deste gás renovável serão necessárias, até 2030, 37 estações de abastecimento, representando um investimento na ordem dos 219 milhões de euros.
De acordo com o Roteiro e Plano de Ação para o Hidrogénio, estabelecido pelo Governo, a meta até 2030 é de 1% a 5% de hidrogénio verde no consumo de energia do transporte rodoviário. No entanto, refere o estudo "a incerteza associada ao futuro do hidrogénio é ainda elevada, não havendo indicação por parte das empresas transportadoras ou distribuidores urbanos do caminho que seguirão relativamente à aquisição deste tipo de veículos, até porque a indústria ainda está a trabalhar no desenvolvimento de propostas comerciais".
Por outro lado, refere o mesmo documento, o mercado de hidrogénio também não avançará "enquanto não existir garantia de uma rede de abastecimento que cubra as necessidades mínimas, pelo que esse deverá ser o primeiro passo".
Como estão a ser cumpridas as metas da mobilidade elétrica?
O estudo "Infraestruturas de Carregamento de Apoio à Transição Energética da Mobilidade em Portugal", divulgado pela Mobi.E, faz também um ponto de situação ao cumprimento das metas em termos de mobilidade elétrica.
Em julho de 2023 o Conselho Europeu adotou formalmente o regulamento AFIR - Alternative Fuels Infrastructure Regulation, que visa reforçar a infraestrutura de carregamento de veículos elétricos, bem com a de outros combustíveis alternativos, como o hidrogénio, e é aplicável ao transporte terrestre, marítimo e aéreo. A esse respeito, o estudo diz que o país tinha já em 2022 uma potência 22% acima do exigido (disponibilidade de 1,3 kW para elétricos e 0,8 kW para híbridos nos pontos de carregamento).
Sobre o PRR, em fevereiro de 2023 estavam contabilizados em Portugal 5.766 pontos de carregamento de veículos elétricos, o que o estudo considera como "bem encaminhado para o cumprimento" dos 15.000 postos até 2025, tendo em conta que a meta intermédia de 5.250 pontos em 2022 já foi cumprida.
No Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, o cenário não é tão positivo e dificilmente as metas serão atingidas na data prevista: em 2022 apenas 2,3% dos veículos ligeiros eram elétricos, e nos pesados de mercadorias a eletrificação não tinha sequer expressão (28 veículos). O roteiro prevê que em 2030 36% dos ligeiros de passageiros sejam elétricos.
Quanto ao Roteiro e Plano de Ação para o Hidrogénio, Portugal continua ainda sem estações de abastecimento deste gás renovável, tendo apenas três veículos ligeiros de passageiros movidos a hidrogénio e dois autocarros. O roteiro estabelece como meta 10 a 25 estações de abastecimento até 2025 e 50 a 100 até 2030. O objetivo é chegar a 2050 com 1.000 a 1.500 estações de hidrogénio.