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Portugal quer estar na linha da frente nos automóveis elétricos
O ministro da Economia afirmou hoje em Bruxelas que, com o setor automóvel em alta em Portugal, o país quer "estar também na linha da frente" na transição para outros tipos de mobilidade de baixo carbono, designadamente os carros elétricos.
Em declarações aos jornalistas à margem de um Conselho de Competitividade na União Europeia e da uma reunião da Aliança Europeia para as Baterias, um projeto que visa reduzir a dependência da União Europeia (UE) de outros mercados neste setor, Pedro Siza Vieira voltou a sublinhar a importância deste programa e o interesse de Portugal em participar de forma ativa, mas sempre "no respeito pelos mais exigentes 'standards' ambientais e sociais".
Apontando que "o programa da Aliança para as Baterias é um programa importante que visa assegurar que a Europa tem capacidade tecnológica e capacidade industrial para, autonomamente, poder também desenvolver uma tecnologia absolutamente indispensável para o processo de transição para uma economia de baixo carbono", o ministro disse que o mesmo "também interessa a Portugal".
"Interessa a Portugal porque obviamente nós temos um setor automóvel muito importante. Este ano vamos bater o recorde de exportações do setor automóvel como um todo, mas também do número de veículos produzidos em Portugal. Vamos entrar no clube dos grandes produtores automóveis. E temos, além disso, toda uma cadeia de valor muito focada no automóvel", apontou.
Para Pedro Siza Vieira, é por isso importante que Portugal possa "estar também na linha da frente da transição para um novo modelo de mobilidade menos assente no motor de combustão interna e mais noutros tipos de mobilidade".
"E nesse sentido estamos muito interessados desde logo por esse motivo. E depois, porque entendemos que devemos participar também nestas matérias. Se para haver mobilidade elétrica é necessário haver baterias, é importante que as baterias que os automóveis europeus utilizem sejam baterias que são fabricadas no respeito pelos mais exigentes 'standards' ambientais e sociais", afirmou.
"Não nos interessa usar baterias na Europa em que as matérias-primas que são utilizadas na sua produção sejam fabricadas sem respeito pelo meio ambiente, sem respeito pelas condições sociais dos trabalhadores que possam participar nisso", acrescentou o ministro da Economia.
Em finais de abril passado, também à margem de uma reunião da Aliança Europeia para as Baterias em Bruxelas, o ministro anunciara já que o Governo iria lançar oito novos concursos para exploração de lítio em Portugal, garantindo que tais operações não põem em causa a saúde das populações daquelas zonas ou o ambiente.
A procura mundial pelo lítio, usado na produção de baterias para automóveis e placas utilizadas no fabrico de eletrodomésticos, está a aumentar e Portugal é reconhecido como um dos países com reservas suficientes para uma exploração comercial economicamente viável.