Notícia
Portugal e 11 outros países da UE pedem medidas urgentes para setor automóvel
Portugal e outros 11 países da União Europeia (UE) pediram esta sexta-feira à Comissão para, no seu plano de recuperação económica pós-pandemia, incluir "medidas urgentes" para o setor automóvel, dada a paragem da produção, que criou um "cenário dramático".
15 de Maio de 2020 às 18:13
"Nós, ministros da Bulgária, República Checa, Hungria, Itália, Letónia, Malta, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia e Espanha, expressamos o nosso interesse comum para a introdução de um Plano de Recuperação Dedicado para o Setor Automóvel na UE", defendem estes governantes, incluindo o português Pedro Siza Vieira, numa declaração hoje divulgada e à qual a agência Lusa teve acesso.
Na missiva assinada pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e pelos seus homólogos de 11 países, destaca-se que o setor automóvel é "uma das atividades centrais e estratégicas" destas economias, pesando 7% no produto interno bruto (PIB) da UE, 6% no emprego na União e 12% no total de exportações europeias.
Porém, devido à covid-19, "a produção praticamente parou durante pelo menos dois meses, tendo toda a cadeia de valor sido afetada", destacam.
Ao mesmo tempo, "a procura por parte dos consumidores caiu drasticamente", afirmam os ministros, assinalando as "perdas significativas de todos os grupos de fabricantes de automóveis e às indústrias a eles associadas".
"Este cenário é ainda mais dramático se tivermos em conta que a crise chegou numa altura em que o setor estava a fazer investimentos económicos significativos, conduzindo principalmente à transição para um novo modelo de mobilidade mais sustentável, em conformidade com a estratégia da UE para se tornar neutro do ponto de vista climático até 2050", adiantam os responsáveis pela tutela da Economia, que hoje estiveram reunidos num Conselho de Indústria, realizado à distância.
Por essa razão, Pedro Siza Vieira e os outros 11 ministros exortam a que o chamado Plano de Recuperação da UE que a Comissão está a traçar e vai apresentar no próximo dia 27 de maio "inclua, urgentemente, um Plano Dedicado ao Setor Automóvel", que crie um "forte apoio" para estes negócios, dado o "papel relevante que podem desempenhar como importantes motores da recuperação económica".
E, para isso, o plano deverá ter "uma dotação financeira significativa, a fim de garantir, não só a recuperação para os níveis anteriores à crise, mas também um crescimento sustentável", sublinham os governantes na carta a que a Lusa teve acesso.
O secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Helder Pedro, indicou ao Negócios que Espanha iria propor que o setor automóvel tivesse uma dotação de 10% do Plano de Recuperação da UE.
O responsável da associação reconheceu que "muito dificilmente" Portugal conseguirá superar a fasquia dos 300 mil veículos, atingida pela primeira vez no ano passado, e antecipou que uma quebra na produção em torno dos 25% seria já "positiva no atual contexto". Helder Pedro referiu que com a retoma ainda gradual da produção, as fábricas portuguesas terão perdido cerca de dois meses de produção este ano.
Dados revelados na quinta-feira pela ACAP indicam que, no país, a produção automóvel cedeu 95,7% em abril, em comparação com igual mês de 2019, para 1.238 veículos automóveis ligeiros e pesados, refletindo o impacto da covid-19.
Entre janeiro e abril, por seu turno, registou-se um decréscimo de 36,3% na produção, em comparação com o período homólogo, o equivalente a 78.442 unidades fabricadas.
Segundo a ACAP, a Europa continuou a ser o mercado líder no que se refere às exportações dos veículos fabricados em Portugal, representando 97,5% do total, com destaque para países como Alemanha (19,6%), França (16,7%), Itália (15,7%), Espanha (11,2%) e Reino Unido (9,9%).
A Comissão Europeia anunciou hoje que vai adotar e apresentar em 27 de maio as suas propostas do orçamento plurianual da UE para 2021-2027 e do fundo de recuperação da economia europeia no quadro da crise da covid-19.
O fundo de recuperação, por muitos classificado como um novo 'Plano Marshall' para a Europa, é considerado o grande instrumento da UE para ultrapassar a crise da covid-19, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, provocará uma contração recorde de 7,7% do PIB da zona euro este ano e de 7,4% no conjunto da União.
Na missiva assinada pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e pelos seus homólogos de 11 países, destaca-se que o setor automóvel é "uma das atividades centrais e estratégicas" destas economias, pesando 7% no produto interno bruto (PIB) da UE, 6% no emprego na União e 12% no total de exportações europeias.
Ao mesmo tempo, "a procura por parte dos consumidores caiu drasticamente", afirmam os ministros, assinalando as "perdas significativas de todos os grupos de fabricantes de automóveis e às indústrias a eles associadas".
"Este cenário é ainda mais dramático se tivermos em conta que a crise chegou numa altura em que o setor estava a fazer investimentos económicos significativos, conduzindo principalmente à transição para um novo modelo de mobilidade mais sustentável, em conformidade com a estratégia da UE para se tornar neutro do ponto de vista climático até 2050", adiantam os responsáveis pela tutela da Economia, que hoje estiveram reunidos num Conselho de Indústria, realizado à distância.
Por essa razão, Pedro Siza Vieira e os outros 11 ministros exortam a que o chamado Plano de Recuperação da UE que a Comissão está a traçar e vai apresentar no próximo dia 27 de maio "inclua, urgentemente, um Plano Dedicado ao Setor Automóvel", que crie um "forte apoio" para estes negócios, dado o "papel relevante que podem desempenhar como importantes motores da recuperação económica".
E, para isso, o plano deverá ter "uma dotação financeira significativa, a fim de garantir, não só a recuperação para os níveis anteriores à crise, mas também um crescimento sustentável", sublinham os governantes na carta a que a Lusa teve acesso.
O secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Helder Pedro, indicou ao Negócios que Espanha iria propor que o setor automóvel tivesse uma dotação de 10% do Plano de Recuperação da UE.
O responsável da associação reconheceu que "muito dificilmente" Portugal conseguirá superar a fasquia dos 300 mil veículos, atingida pela primeira vez no ano passado, e antecipou que uma quebra na produção em torno dos 25% seria já "positiva no atual contexto". Helder Pedro referiu que com a retoma ainda gradual da produção, as fábricas portuguesas terão perdido cerca de dois meses de produção este ano.
Dados revelados na quinta-feira pela ACAP indicam que, no país, a produção automóvel cedeu 95,7% em abril, em comparação com igual mês de 2019, para 1.238 veículos automóveis ligeiros e pesados, refletindo o impacto da covid-19.
Entre janeiro e abril, por seu turno, registou-se um decréscimo de 36,3% na produção, em comparação com o período homólogo, o equivalente a 78.442 unidades fabricadas.
Segundo a ACAP, a Europa continuou a ser o mercado líder no que se refere às exportações dos veículos fabricados em Portugal, representando 97,5% do total, com destaque para países como Alemanha (19,6%), França (16,7%), Itália (15,7%), Espanha (11,2%) e Reino Unido (9,9%).
A Comissão Europeia anunciou hoje que vai adotar e apresentar em 27 de maio as suas propostas do orçamento plurianual da UE para 2021-2027 e do fundo de recuperação da economia europeia no quadro da crise da covid-19.
O fundo de recuperação, por muitos classificado como um novo 'Plano Marshall' para a Europa, é considerado o grande instrumento da UE para ultrapassar a crise da covid-19, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, provocará uma contração recorde de 7,7% do PIB da zona euro este ano e de 7,4% no conjunto da União.