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Porque é que a Europa aposta mais no gasóleo do que na gasolina?

Apesar de o gasóleo ser rei na Europa, a gasolina domina no resto do mundo. Porque é que a Europa é diferente?

Reuters
24 de Novembro de 2017 às 15:53
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Os motores a gasóleo consomem menos combustível do que os motores a gasolina. Mas porque é que este combustível cresceu mais na Europa do que no resto do mundo?

Uma das razões foi a aposta política neste combustível ao longo das últimas décadas. "Dos 28 estados-membros da União Europeia, 17 têm incentivos ao gasóleo. Os governos europeus encorajam os seus cidadãos a comprarem gasóleo. Porquê?", questionou o secretário-geral da Associação Europeia de Produtores Automóveis (ACEA, na sigla original), Erik Jonnaert.

"Porque estes motores são melhores em termos de emissões de dióxido de carbono. Antes estava tudo focado nas alterações climáticas e nas emissões de dióxido de carbono (CO2), e não estavam preocupados com a qualidade do ar", afirmou o responsável num evento da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) que teve lugar na quarta-feira, 22 de Novembro, em Lisboa.

"Isso levou todo o mercado a apostar no gasóleo e todos os produtores têm estado a desenvolver esta tecnologia, que é mais desenvolvida na Europa do que em todo o mundo", explicou.

O líder da associação europeia que junta 14 grupos automóveis de todo o mundo que produzem e estão presentes no mercado europeu reconhece as consequências negativas da aposta no gasóleo.

"Os efeitos colaterais desta tecnologia é que, apesar de ser melhor para as emissões de dióxido de carbono, é pior para as emissões mais poluentes", como o óxido de azoto (Nox).

Analisando o escândalo do dieselgate, em que a Volkswagen introduziu um software fraudulento nos seus automóveis de forma a mostrar um nível de emissões poluentes mais baixo do que o nível real, Erik Jonnaert defende que a indústria automóvel tem de se adaptar. 
"Precisamos de nos certificar que qualquer solução no futuro deve ter em conta tanto as emissões de dióxido de carbono, como as emissões mais poluentes", declarou.


Quando o dieselgate se tornou público, em Setembro de 2015, uma das polémicas foi que as marcas praticam testes de emissões poluentes em ambientes controlados, com as emissões a ficarem abaixo das registadas num cenário de condução real. No entanto, já foram aprovados novos testes mais exigentes.

"Os carros vão tornar-se mais limpos. Já resolvemos o problema dos testes às emissões, há um novo teste que é muito mais exigente, já não vamos ver as discrepâncias que existiam entre os testes e o mundo real", afirmou Erik Jonnaert.

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