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Planos da UE de banir carros a combustão interna em 2035 são "irrealistas", diz CEO da BMW

As vozes na indústria automóvel a contestar as metas de Bruxelas de proibir a venda de automóveis novos com motores a combustão na União Europeia a partir de 2035 continuam a aumentar. Desta vez é o presidente-executivo da fabricante alemã BMW a considerar que cumprir esses objetivos terá um pesado preço para as empresas e para o emprego.

Benoit Tessier / Reuters
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Os planos de Bruxelas para proibir a venda de automóveis novos com motores a combustão interna a partir de 2035 vão levar a "uma forte redução" da indústria automóvel europeia, defendeu esta terça-feira o CEO da BMW, Oliver Zipse.

Numa intervenção durante o Salão Automóvel de Paris, Zipse foi bastante duro: "as metas já não são realistas". O responsável acrescentou que os subsídios aos veículos elétricos são "insustentáveis".

A proibição, prosseguiu, "pode ameaçar o coração da indústria automóvel europeia". As medidas "com a situação atual, conduzir a uma redução massiva da indústria como um todo", incluindo milhares de postos de trabalho, advertiu Zipse.

Os fabricantes automóveis têm um outro obstáculo a vencer: no próximo ano as metas definidas por Bruxelas para as emissões de CO2 dos veículos novos vendidos serão mais apertadas. Para as cumprir, os construtores automóveis terão de vender mais veículos elétricos, isto num contexto em que o mercado europeu deste segmento está em queda e a concorrência dos fabricantes chineses aumenta, mesmo com as tarifas que deverão entrar em vigor no início de novembro.

As multas, segundo cálculos da Bloomberg Intelligence (BI), poderão totalizar 15 mil milhões de euros para o conjunto dos fabricantes. Segundo a BI, a BMW e a Mercedes-Benz estão no bom caminho para cumprirem os limites impostos, enquanto Volkswagen, Stellantis e Renault arriscam falhar as metas. 

Os fabricantes podem tentar evitar as multas comprando créditos de CO2 a outros construtores, nomeadamente a Tesla. Mas Carlos Tavares, CEO da Stellantis, garantiu hoje que o grupo nascido da fusão da Peugeot Citroën (PSA) e Fiat Chrysler não o irá fazer. "Vamos cumprir as regras", assegurou.

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