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Nissan anuncia reestruturação e mantém Hiroto Saikawa como CEO da empresa

A Nissan Motor anunciou hoje uma reestruturação na qual vai manter como presidente e atual CEO Hiroto Saikawa, cuja continuidade não estava garantida devido ao seu eventual papel na caso Ghosn.

Nissan IMs
EPA / Reuters
17 de Maio de 2019 às 11:54
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Na sequência das irregularidades financeiras atribuídas ao seu ex-presidente Carlos Ghosn, o fabricante de automóveis Nissan decidiu fazer uma reestruturação.

 

Durante a apresentação na terça-feira dos resultados financeiros do exercício de 2018 da Nissan, Hiroto Saikawa deixou a possibilidade de renunciar ao cargo devido às suas responsabilidades nas irregularidades.

 

Saikawa é um dos 11 candidatos a conselheiros propostos pela empresa no plano lançado hoje e nos quais se incluem o presidente da Renault, parceira da Nissan, Jean-Dominique Senard, e o CEO do fabricante francês, Thierry Bolloré, bem como o presidente da Sony Interactive Entertainment (SIE), Andrew House.

 

As mudanças incluem a saída do conselho dos dois diretores franceses Jean-Baptiste Duzan e Bernard Rei e dos japoneses Toshiyuki Shiga, "número dois" da Nissan durante o mandato do ex-presidente Carlos Ghosn, e Hideyuki Sakamoto.

 

Além da mudança no conselho de administração, a Nissan anunciou a criação de três comités que devem ser aprovados na assembleia-geral de acionistas da Nissan prevista para o final de junho.

 

Carlos Ghosn foi detido em novembro de 2018, libertado sob fiança em março e novamente detido em abril, após nova acusação. Voltou a ser libertado nesse mesmo mês e colocado em regime domiciliário.

 

As autoridades japonesas suspeitam que Ghosn cometeu um crime de abuso de confiança agravado contra a Nissan, desviando parte de uma transferência da empresa para um distribuidor de Omã (Jordânia), para seu uso pessoal, causando perdas de cerca de 4,4 milhões de euros ao fabricante nipónico.

 

O ex-chefe da Nissan está em liberdade, mas sujeito a condições restritas: "prisão domiciliária, proibição de deixar o Japão e outras condições para impedir a destruição de provas e fuga", revelou o tribunal.

 

Antes desta investigação, Ghosn já tinha sido acusado de falsificar documentos financeiros e de não declarar todos os seus rendimentos.

 

No início de abril, Ghosn acusou os executivos do fabricante japonês de conluio contra ele "por medo de que a empresa perdesse autonomia" durante o processo de integração com a francesa Renault, que detém 43% da Nissan.

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