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Musk acatou decisão do Twitter e vendeu dois milhões de ações na segunda-feira

O presidente executivo da Tesla vendeu ações da empresa no dia 8 de novembro, depois de ter sondado os seguidores no Twitter dois dias antes.

EPA
11 de Novembro de 2021 às 07:45
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O CEO da fabricante norte-americana de veículos elétricos Tesla, Elon Musk, exerceu mais de 2,15 milhões de ‘stock options’ [opções de compra de ações] na empresa, tendo em seguida vendido esses títulos. Isto depois de ter levado a decisão a votos na sua rede social de eleição, o Twitter.

 

Musk exerceu as opções ao preço unitário de 6,24 dólares, segundo o comunicado que divulgou junto do regulador do mercado de capitais dos EUA, a Securities and Exchange Commission (SEC).

 

Estas "posições em ações ordinárias foram vendidas apenas para satisfazer as obrigações fiscais relacionadas com o exercício de ‘stock options’ [opções de compra de ações] na aquisição de 2.154.572 títulos", refere o comunicado enviado à SEC.

 

Recorde-se que no sábado, dia 6 novembro, Musk perguntou aos seus seguidores no Twitter se devia vender 10% da sua participação. A resposta foi ‘sim’ (perto de 58% dos 3,5 milhões de votos foram a favor da venda) e o CEO da fabricante automóvel alienou então as ações na segunda-feira, 8 de novembro. Nesse dia, a cotada terminou a perder quase 5%.

 

Na sessão seguinte, o cenário manteve-se, com a Tesla a afundar 12% no fecho – a maior queda diária desde setembro de 2020. Nessa altura, a Bloomberg referiu que a queda poderia estar relacionada com o facto de o investidor Michael Burry, conhecido pelas suas posições curtas (aposta na queda) na Tesla, ter lançado algumas 'achas para a fogueira' num tweet.

Burry disse que que talvez a sugestão de venda das ações nada tivesse a ver com a 'vontade' de Musk de acabar com a fome no mundo (no início do mês, disse que doaria seis mil milhões de dólares  - 2% da sua fortuna pessoal - se a ONU provassse que esse valor acabaria com a fome a nível global), nem com aquilo que colocou a votação na rede social das micromensagens (vender 10% da sua participação, para pagar impostos sobre ganhos de capital realizados – e isto pelo facto de muitas pessoas, nos últimos tempos, estarem a usar os ganhos não realizados como uma forma de evasão fiscal, sublinhou Musk quando pôs a ideia a votos).

 

Os ganhos de capital não realizados são conhecidos como lucros "apenas no papel". Um ganho só é realizado quando o investimento é, de facto, vendido. E os ganhos de capital só são tributados quando são realizados.

 

Para Burry, havia uma terceira razão: Musk talvez precisasse de vender ações da empresa "por causa do dinheiro livre de impostos que retirou, sob a forma de empréstimos pessoais, garantidos por 88,3 milhões das suas ações, a 30 de junho".

Mas parece que, afinal, a alienação terá mesmo tido a ver com a ideia lançada a votação: cumprir as suas obrigações fiscais pelo exercício da opção de compra de ações e posterior venda.

Elon Musk, com 50 anos, é a pessoa mais rica do mundo, com uma fortuna avaliada em perto de 300 mil milhões de dólares, segundo o Índice de Multimilionários da Bloomberg.

 

As ações da Tesla, que encerraram no horário regular da sessão desta quarta-feira a subir 4,34% para 1.067,95 pontos, seguem agora no "after hours" a ganhar 1,36% para 1.081,40 dólares.

 

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