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Jaguar aproxima-se da Porsche nas vendas de luxo

Após 95 anos, a Jaguar parece finalmente ter encontrado seu lugar.

08 de Maio de 2017 às 15:51
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Os sinuosos primeiros modelos da marca britânica - tão sensuais quanto qualquer coisa com rodas da época - tinham a reputação de serem pouco confiáveis. Mais recentemente, os Jaguares foram contaminados pela Ford Motor e pela busca por sinergias corporativas (leia-se: troca de peças).

 

Actualmente, contudo, num momento em que a Ford faz planos para desactivar fábricas, a Jaguar parece não conseguir produzir veículos de forma suficientemente rápida.

 

Com um aporte de capital da sua empresa controladora, a Tata Motors, e uma linha de produtos totalmente reformulada, a Jaguar está inclusivamente a beliscar os calcanhares da poderosa Porsche no que diz respeito às vendas nos EUA. Nos quatro primeiros meses do ano, os americanos saíram dos stands com 14.606 Jaguares, mais do que o dobro do número adquirido no mesmo período do ano anterior.

 

A diferença tem sido o novo SUV da Jaguar, o atlético F-Pace, e um sedã desportivo de entrada, o XE - nenhum deles disponíveis no início de 2016. O F-Pace superou o Porsche Cayenne em vendas este ano e ficou pouco atrás do SUV de menor porte da marca alemã, o Macan. (Mas nem tudo são boas notícias nesta luta para alcançar a Porsche: o impressionante carro desportivo da Jaguar, o F-Type, regista apenas metade das vendas do lendário 911).

 

Contudo, é provável que a Volkswagen, empresa que controla a Porsche, não esteja muito preocupada pelo facto da sua jóia da coroa ser superada. As vendas da Porsche aumentaram ligeiramente nos quatro primeiros meses do ano e continuam a render algumas das melhores métricas de lucro do sector. Para adquirir um 911 básico ainda são necessários pelo menos 91.100 de dólares - cerca de 30.000 dólares a mais do que o preço inicial de um F-Type.

 

Se há alguém a perder o sono na Alemanha é provável que seja na sede da Mercedes ou, seguindo um pouco mais pela estrada, na BMW. Estas companhias são muito maiores e mais dependentes do volume. A indústria automóvel está, sem dúvida, a perder gás: as vendas nos EUA caíram por quatro meses consecutivos com a redução da procura e o aperto do financiamento. Mas tal como um motor superaquecido, a indústria não está a arrefecer uniformemente.

 

A Lincoln, por exemplo, conseguiu um ganho de 6% nas vendas nos quatro primeiros meses do ano. A GMC, a divisão de camiões de luxo da General Motors, registou um aumento de 7,3% e a Audi, da Volkswagen, registou um avanço de 7,7% no período em análise. Mas enquanto a Ford e a Chevrolet traçam planos para desocupar fábricas este Verão, a Jaguar e a Porsche continuam a acelerar.

 

Estas marcas vencedoras têm alguns factores em comum. Estão a vender novos SUV destacados, todos de luxo - ou aquilo que os responsáveis pela indústria automóvel chamam de "próximo do luxo". As pessoas que estão a avaliar a compra de um GMC Acadia Denali de 45.000 de dólares provavelmente têm uma situação económica diferente daquelas que estão a testar o Chevrolet Traverse, de 29.000 dólares. O financiamento para os clientes fiéis da GMC provavelmente seja mais fácil.

 

Por último, estes veículos ainda não são omnipresentes nas ruas dos EUA. O lado negativo de um frenesi de compras de carros como o que os EUA viram nos últimos anos é a omnipresença. Um cliente que não quer ter um carro comum já não escolhe um Jeep, nem mesmo um Mercedes. Um Jaguar, contudo, ainda é difícil de avistar por aí - pelo menos por enquanto. 

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