Notícia
Governo perde receita de IA com homologação dos jipes em monovolumes
A homologação por parte de algumas marcas dos seus modelos «todo-o-terreno» em monovolumes deverá resultar numa perda de receitas fiscais por parte do Estado, avançou ao Negocios.pt fonte do sector.
As marcas de veículos de «todo-o-terreno», sediadas em território nacional, estão a tentar homologar alguns dos seus modelos como monovolumes, no âmbito de uma norma comunitária que consagra alguns tipos de veículos como sendo pertencentes à categoria AF-M1, ou monovolumes.
É o caso da Mitsubishi que foi a primeira marca a seguir esta prática permitida pela legislação comunitária, ao conseguir homologar o Pajero Sport como monovolume, de acordo com uma fonte da marca.
Esta situação permitirá reduzir o Imposto Automóvel (IA) incidente sobre os veículos «todo-o-terreno» de 100% para 50%, correspondentes à taxa incidente sobre os monovolumes.
O preço daquele modelo cai de 39.904 euros (8 mil contos) para 32.422 euros (6.500 contos), com o Estado a perder uma receita média de cerca de 6.235 euros (1.250 contos) por cada modelo vendido.
«Esta situação pode ser vista como uma faca de dois gumes». Por um lado, estamos o Governo obtém receita, uma vez que este ano a Mitsubishi ainda não vendeu nenhum modelo destes a pagar 100% de IA. Por outro, essa receita é menor do que poderia ser, explicou a mesma fonte.
Concorrência segue os passosAlgumas das marcas, onde se incluem a Nissan, a Land Rover e a Toyota, preparam-se para fazer o mesmo.
Enquanto a Nissan tentará homologar o Terrano II na versão de cinco portas, a Land Rover utilizará o Freelander para o mesmo propósito. A Toyota, com o seu novo Rav 4 a diesel, cuja edição deverá sair em Julho, seguirá pelo mesmo caminho, com base naquela norma comunitária.
A informação foi confirmada pelas marcas, com António Pereira Joaquim, porta-voz do Entreposto Comercial, importador da Nissan em Portugal, a admitir «estar a estudar o assunto».
Pedro Figueiredo explicou ao Negocios.pt que «neste momento, a Land Rover não tem perspectivas de obter uma certificação nesta fase», admitindo, no entanto, atingir tal objectivo, caso «outras marcas já tenham obtido tal certificação».
Salvar negócioA legislação portuguesa não foi ainda adaptada à norma comunitária, que não distingue veículos de tracção dianteira ou traseira –tracção às duas rodas - dos veículos com tracção às quatro rodas.
«O Governo, ao legislar, deixou esta janela aberta e nós estamos a tentar salvar o nosso negócio».