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Ford substitui CEO depois de maus resultados

Mark Fields, que há duas semanas enfrentou críticas dos accionistas pela performance financeira recente, será substituído no cargo por Jim Hackett, actualmente à frente da unidade de automóveis autónomos.

As empresas têm sido um alvo privilegiado de Trump. O Presidente dos EUA já avisou empresas como a General Motors e a Ford de que se deslocalizarem a sua produção enfrentarão 'consequências sérias', embora não especificando quais. A sua estratégia é a de por esta via criar mais emprego e investimento. Mas Trump não resiste em misturar o cargo que exerce com a sua vida pessoal, o que ficou patente na crítica à empresa Nordstrom por ter deixado de vender a linha de roupa da filha Ivanka, tendo dito que está foi 'injustamente tratada'. Atitudes que acabam por minar a sua credibilidade.
reuters
22 de Maio de 2017 às 07:57
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O CEO da Ford, Mark Fields (à direita, a apertar a mão a Trump), está de saída do cargo, perante sinais de ausência de crescimento do negócio automóvel e de demora no desenvolvimento dos negócios dos automóveis eléctricos e autónomos.

O afastamento foi anunciado esta manhã pelo New York Times e reportado também pelo Financial Times, tendo sido confirmado oficialmente ao início da tarde, hora em Portugal Continental. Para o lugar de Fields foi indicado Jim Hackett, que desde o ano passado está ao comando da unidade de negócio que trabalha no desenvolvimento de veículos autónomos.

Hackett toma posse a 1 de Junho, data em que também têm efeito outras alterações no topo da administração. Jim Farley, hoje administrador para a área da Europa, Médio Oriente e África passa também a supervisionar as Américas e a região Ásia-Pacífico, além da marca Lincoln, ficando igualmente responsável por apresentar uma estratégia para veículos eléctricos e autónomos.

Joe Hinrichs, que até aqui estava com o pelouro das Américas, ficará como administrador da operação global, com as pastas de desenvolvimento de produto e fabrico, enquanto Marcy Klevorn, hoje com a área das tecnologias, ficará responsável pela unidade de mobilidade, à qual cabe desenvolver novos serviços de transportes.

A saída de Fields surge semanas depois de a assembleia-geral da Ford o ter responsabilizado pela degradação da performance financeira da empresa - os lucros do primeiro semestre recuaram mais de 30% e a quota de mercado nos EUA recuou. Ainda na semana passada a empresa automóvel anunciou o corte de 1.400 postos de trabalho.

No que diz respeito às novas tendências do sector - electrificação e autonomização - a Ford continua atrasada em relação a concorrentes como a GM e a Tesla.

Durante os três anos em que Fields esteve à frente da empresa, a Ford teve um desempenho negativo em bolsa, com os títulos a tombarem 40% desde a sua chegada em 2014 e a levarem a sua capitalização bolsista a ficar atrás da da Tesla. Fields está na companhia há 28 anos.

Hackett, que esteve à frente de um fabricante de mobiliário de escritório, foi uma das contratações que a empresa fez fora do sector para acompanhar as mudanças de hábitos dos consumidores e adaptar-se à transformação tecnológica trazida à área automóvel por empresas como a Uber ou a Alphabet, dona da Google. 

As acções do fabricante automóvel somam 1,61% para 11,05 dólares.

(Notícia actualizada às 15:00 com mais informação, indicação de novos administradores e cotação da acção)
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